EADMetodologias de Ensino

A autodeterminação é chave para motivar alunos de EaD

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Na educação a distância, um dos maiores desafios enfrentados pelos professores e, também, pelos administradores do curso, é motivar os alunos a seguirem as aulas até o previsto. Talvez pelas próprias características dos estudantes de EaD – mais velhos e com menos tempo livre – as taxas de evasão nessa modalidade de ensino são altas. Mas mesmo o aluno com a mais ocupada das agendas pode concluir um curso, se ele tiver a dose necessária de motivação.

Sem a presença física do professor, pode ser mais difícil motivar os alunos, já que eles não terão contato cara a cara. Por isso, uma dupla de psicólogos americanos desenvolveu a teoria da autodeterminação, que coloca a motivação pessoal nas mãos do próprio interessado, uma técnica que se ajusta perfeitamente às particularidades da educação online. Segundo Edward Deci e Richard Ryan, três necessidades básicas afetam a motivação: autonomia, competência e relacionamento.

A competência depende do acúmulo de conquistas do estudante. Fonte: Motiv8

A competência depende do acúmulo de conquistas do estudante.
Fonte: Motiv8

Autonomia
Nesse contexto, autonomia não se iguala a independência, mas ao desejo de controlar a própria vida e tomar suas próprias decisões. Em um curso a distância, isso significaria dar opções aos alunos para que eles escolham alguns dos aspectos das aulas.

As decisões podem se referir ao conteúdo, deixando que os alunos selecionem módulos, tal como acontece com as disciplinas eletivas na universidade tradicional; ao formato, permitindo que, como trabalho final, os estudantes optem entre relatórios, apresentações em vídeo ou um podcast, por exemplo; ao peso das notas, convidando os alunos a determinarem a quantidade de testes a serem realizado ao longo do curso, definindo, também, o peso de trabalhos entregues e das provas.

Dar autonomia aos estudantes eleva não apenas os níveis de participação, mas aprimora a capacidade de aprendizado. Quando o aluno pode enfatizar o que lhe interessa, ele valoriza mais o conteúdo que tem à sua disposição, ganhando a sensação de que as aulas são relevantes para sua vida pessoal.

A motivação deve estar nas mãos dos próprios alunos. Fonte: Flexible boss

A motivação deve estar nas mãos dos próprios alunos.
Fonte: Flexible boss

Competência
Sentir-se competente e acreditar em si mesmo são chaves para se sentir motivado. Existem táticas para dar essa sensação aos alunos, e as professoras Susan Epps e Alison Barton, da Universidade East Tennessee State, já colocaram muitas em prática. Uma delas é apresentar o conteúdo aos poucos, a fim de evitar que os estudantes se assustem com um longo currículo e não se creiam capazes de chegar até o fim.

O uso de listas de pequenas metas também ajuda a espantar o medo dos alunos. Separando o conteúdo em pequenas etapas a serem cumpridas passo a passo, o caminho parece mais fácil. Além disso, conforme eles riscam um objetivo da sequência, ganham a sensação de conquista e se veem como competentes. As professores também incentivam a reflexão metacognitiva, pedindo que os estudantes avaliem seu desempenho no semestre anterior e tracem um plano de como vão melhorar no período atual. Assim, eles conhecem mais suas capacidade e limitações e aprendem a lidar com elas.

Por fim, o que mais favorece a sensação de competência é atingir o sucesso. Assim, uma das técnicas sugeridas é começar o curso com testes fáceis nos quais os alunos obtenham bons resultados. Mais tarde, quando as provas ficarem mais difíceis, eles já estarão mais confiantes.

Para criar vínculos, é preciso unir os alunos reconhecendo suas particularidades. Fonte: Kern

Para criar vínculos, é preciso unir os alunos reconhecendo suas particularidades.
Fonte: Kern

Relacionamento
O relacionamento aqui se refere aos vínculos pessoais que se criam entre professor e alunos e dentro da própria turma. Quanto maior a proximidade que o estudante experimentar, mais motivado ele ficará para seguir nas aulas. Uma das maneiras de estimular os relacionamentos é o constante feedback do professor, mostrando que, mesmo a distância, ele está presente e acompanha os aprendizes de perto.

Para criar relações entre os colegas, as ferramentas de vídeo são de grande ajuda. Cada aluno pode enviar uma apresentação pessoal, assim, todos saberão com quem estão interagindo. O uso de fóruns online também é uma excelente maneira de manter a comunicação entre a turma sempre ativa. Além de se conhecerem melhor, os alunos estarão aprofundando os conteúdos da aula.

Na sua instituição de ensino, como os educadores trabalham a motivação pessoal nos cursos online? Compartilhe sua experiência e não deixe de assinar nossa newsletter para continuar o debate.

 

 

 

 

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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