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Como abraçar as diferenças culturais dentro da sala de aula

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As salas de aulas em universidades vêm se transformando cada vez mais em espaços multiculturais. Políticas de cotas ou bônus, programas de financiamento e concessão de bolsas permitem que parcelas da população que antes não tinham acesso ao ensino superior hoje ocupem lugares nas faculdades. Para que se adaptem a esse novo cenário, professores e gestores precisam aprender a lidar com diferentes culturas e toda a diversidade de valores, crenças e histórias que estará presente na sala de aula.

Muito mais do que promover uma postura de tolerância entre os alunos, é importante buscar a inclusão de todos os estudantes. A igualdade não é benéfica apenas para os discentes, mas também para a instituição. Quanto mais o aluno se sente integrado ao meio, menores as chances de desistência do curso. É necessário criar um vínculo entre o aprendiz, o mestre e a universidade. O site Edudemic reuniu algumas estratégias para implementar a gestão culturalmente responsável nas instituições de ensino.

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Universidades terão cada vez mais diferenças culturais
[FONTE: UCSF]

O primeiro passo é reconhecer que não somos todos iguais nas nossas origens, mas que a universidade tem o mesmo dever com todos. Haverá diferenças entre estudantes brasileiros e intercambistas, negros e brancos, ricos e pobres. No Paraná, por exemplo, constatou-se que os alunos cotistas levam mais tempo para concluir os cursos, mas eles abandonam menos os estudos do que seus colegas não cotistas. Um professor ciente dessa realidade terá mais possibilidades de facilitar o envolvimento e a retenção de cada grupo até o fim da carreira acadêmica.

A empatia será uma grande aliada no estabelecimento da igualdade entre alunos de diferentes origens culturais. O professor nunca pode supor que um estudante está enfrentando dificuldades por ser desinteressado, incompetente ou despreparado. É possível, por exemplo, que um aluno tenha mau desempenho porque sua família não o apoia em seus estudos. Esse aluno precisará de maior incentivo dentro da própria instituição, que deverá valorizar em dobro seus esforços, já que isso não ocorre em sua vida pessoal. Também é possível que o estudante sofra por enfrentar preconceitos em relação a suas origens. No Rio Grande do Sul, houve resistência aos alunos indígenas na universidade federal, e coube ao corpo docente intervir na situação.

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Todos podem encontrar seu lugar na universidade
[FONTE: Pedagogiando]

Conflitos são inevitáveis em tempos de mudanças, e os professores atuarão como mediadores nas transformações que seguirão ocorrendo na educação. Até 2016, as cotas para minorias seguirão aumentando, diversificando cada vez mais nossas salas de aula. A gestão culturalmente responsável cumprirá um papel importante na manutenção de todos esses estudantes na vida acadêmica. Embora não haja fórmula certeira para garantir que todos os alunos se sentirão integrados, a principal dica é estimular a curiosidade cultural. Os professores e a instituição devem trabalhar em prol da comunicação aberta entre docentes e discentes. Se há diferenças culturais na sala, é melhor falar sobre elas. Faça perguntas, dê espaço a debates e comentários de cunho pessoal, permita que diferentes culturas interajam e se conheçam. Todos sairão ganhando.

Se você já precisou lidar com diferenças culturais dentro de sua instituição, compartilhe conosco a experiência. E assine nossa newsletter para receber notícias e reflexões sobre o futuro da educação.

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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