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Intercâmbio de experiências marca 1° ano do Desafios da Educação

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Você aceita o desafio? Um grupo formado por aproximadamente 50 pessoas, entre educadores, gestores e especialistas em educação, aceitou o convite do portal Desafios da Educação para debater assuntos que ditam os rumos da educação. São eles: ensino híbrido, metodologias ativas de aprendizagem, extensão com qualidade, mudança de perfil do aluno e novos instrumentos de avaliação dos cursos EAD.

Realizado na manhã desta sexta-feira 5 em paralelo à programação da 24ª edição do Ciaed, em Florianópolis (SC), o encontro funcionou sob o conceito de dinâmica rotacional. Divididos em cinco mesas redondas, os participantes trocaram experiências, compartilharam benchmarkings e buscaram, juntos, soluções para suas instituições e para o mercado em geral.

As rodadas foram lideradas por profissionais de renome, como Carlos Longo, pró-reitor acadêmico da Universidade Positivo, Kátia Coelho, diretora de graduação e da pós-graduação de EAD da Unicesumar, e o professor José Manuel Moran – coautor do livro Metodologias Ativas para uma Educação Inovadora: Uma Abordagem Teórico-Prática, escrito em parceria com a bióloga e pedagoga Lilian Bacich, que também participou do evento. A cada 20 minutos, os mediadores trocavam de mesa, sempre provocando os colegas com um tema de sua especialidade.

Iniciativa do Grupo A Educação, o Desafios da Educação foi lançado há um ano, na edição passada do Ciaed, em Foz do Iguaçu (PR). O portal tem a missão de apresentar ao mercado educacional tendências, propostas, ideias, inovações e referências relacionadas ao ensino superior brasileiro e mundial.

“É com muito orgulho que reunimos aqui alguns dos principais nomes da educação no Brasil para debater os desafios que temos de enfrentar”, disse Adriane Kiperman, diretora do Grupo A e publisher do Desafios da Educação.

Só em 2018, portal teve 243 mil visualizações de página. “Isso reflete a qualidade dos conteúdos que a nossa equipe produz, chegando inclusive entre os finalistas do Prêmio Estácio de Jornalismo”, salientou Kiperman. A série de reportagens selecionadas, relativa ao Censo da Educação 2017, disputa a final da premiação na categoria “online nacional” no dia 31 de outubro, no Rio de Janeiro.

Confira as principais conclusões do encontro, segundo os mediadores.

A mudança de perfil do aluno da EAD

Josiane Tonelotto, diretora de educação na NumbersTalkJosiane Tonelotto, diretora de educação na NumbersTalk

“Debatemos a mudança do perfil do estudante da EAD sob diversos aspectos. Entre eles, o perfil etário, onde constatamos a chegada de estudantes mais jovens e de perfil socioeconômico diverso. Esse nosso universo tem se modificado muito, então discutimos a entrega de materiais diferenciados, também. E isso nem é uma questão de geração, mas de familiaridade com as ferramentas e instrumentos utilizados. A mudança etária tem a ver, ainda, com a adolescência prolongada, com ida ao mercado por pessoas que já deveriam estar inseridas nele. O imediatismo de estudante é marcado por questões de outra época. Hoje, além da formação ruim de ensino básico, os gaps chegam grandes ao ensino superior. Temos fragilidade emocional de um estudante que exige muito, mas que também não têm respostas. Assim, discutimos o uso das metodologias ativas, o preparo de um professor que às vezes está acomodado, e chegamos à conclusão e que nem sempre o bom professor do presencial é bom na EAD, mas ele tem a chance de fazer essa adaptação”.

Expansão com qualidade

Foto acima: sessão de autógrafos da série desafios da educação. Da esq. para a dir.: Rui Fava, Thuinie Daros, José Moran e Lilian BacichKátia Coelho, diretora de graduação de EAD da Unicesumar

“Analisamos a necessidade de expansão das instituições menores. Entra em cena a questão da estrutura, do alcance do braço e de como fazer isso com qualidade. Discutimos a necessidade de profissionalização nesse processo de expansão. E, aqui, precisamos entender melhor a questão dos dados, do acompanhamento dos alunos, pois é isso garante a qualidade na ponta. Dentro da sede da IES existe esse olhar, mas, e na ponta, e nos polos? Temos que ver quem são os parceiros, ver se eles têm perfil educacional ou se são apenas investidores, que enxergam a EAD como negócio, apenas – e temos que transformar o olhar deles em algo mais acadêmico. Tem ainda a questão da necessidade de investimento em tecnologia para essa expansão. Temos a visão de que muitos mantenedores dizem para a gente ‘vamos abrir, vamos abrir’, mas pedimos mais tutores e eles nos dizem que não podem pagar por isso. Falamos também do momento político brasileiro, em que não sabemos se teremos de novo um momento pesado da supervisão. Expansão em escala e com qualidade é, sem dúvida, um grande desafio”.

Novos instrumentos de avaliação dos cursos EAD e seus impactos

Foto acima: sessão de autógrafos da série desafios da educação. Da esq. para a dir.: Rui Fava, Thuinie Daros, José Moran e Lilian BacichCarlos Longo, pró-reitor acadêmico da Universidade Positivo

“Na discussão sobre instrumentos de avaliação, uma coisa legal é que ficamos o tempo todo falando em autonomia acadêmica. Mas por mais que a gente não goste, o instrumento nos dá exatamente isso. Isso me lembra prova com consulta, em que o aluno fica feliz, mas só até o momento em que vê como é complicada a prova. O novo instrumento é questionado por fazer escolhas consistentes, senão você perde. A gente reclama que o avaliador não está treinado, mas os avaliadores somos todos nós. Temos que valorizar a discussão acadêmica, o planejamento, e isso deve ser negociado com o mantenedor. No fundo, tem que se discutir isso, pois capacita o tutor, debate o papel dele. Discutir autonomia é legal, mas é algo que dói – apesar de ser uma discussão prazerosa”.

Metodologias ativas de aprendizagem

Thuinie Daros, head de metodologias ativas e cursos híbridos da UnicesumarThuinie Daros, head de metodologias ativas e cursos híbridos da Unicesumar

“Percebi nas três mesas em que passei como estamos disseminando muito as metodologias ativas de aprendizagem. Ao mesmo tempo, as mesas trouxeram desafios. Primeiro, falamos muito em preparar o aluno, em pensar como ele se insere nesse processo, sob uma ótica de equilíbrio das metodologias. Não podemos usar as metodologias ativas apenas como modismo ou mera estratégia mercadológica, mas como fato do aprendizado. E isso culmina com a questão das competências. Ao vermos esse tema como algo de entrega, em que o aluno faz e tem retorno, o ensino por competências vira uma consequência. E quando falamos da institucionalização, fechamos a mesa falando do professor, pois ninguém desenvolve no outro aquilo que não desenvolve em si mesmo. O professor precisa que ter ao menos a possibilidade de vivenciar, de ter uma formação com metodologias ativas de aprendizagem. Fica esse desafio para a gente, para que o Desafios da Educação nos traga exemplos de instituições que ofereçam suas experiências”.

Ensino híbrido

José Manuel Moran, professor e pesquisadorJosé Manuel Moran, professor e pesquisador

“Foi muito gratificante ver a mistura de pessoas para a troca de experiências e a exploração de conceitos. Ainda está muito ambígua na percepção das pessoas a questão do ensino híbrido. Alguns entendem híbrido a partir dos 20% online aplicados ao presencial. Há uma percepção de como se observa o híbrido da EAD quando tem momentos presenciais. E um terceiro momento que é criar modelos que trabalhem competências, visão proativa do aluno, aprendizagem ativa etc., fazendo a mistura ideal entre presencial e virtual. Quando falamos de híbrido, na verdade, são várias coisas ao mesmo tempo. Há uma preocupação em como caminhar no modelo regulador para juntar isso de forma simplificativa no mundo de hoje. Em alguns momentos apontamos como isso não é só ensino superior, mas educação básica trabalha isso, como forma de personalizar o caminho, de permitir ao aluno que faça escolhas. E não é só um híbrido proposto de cima, mas autônomo. Isso envolve família, envolve pensar o online e desenvolver competências, o como trabalhar juntos, em equipe, dentro das possibilidades de comunicação do online. Inteligência artificial para o aluno, trabalhar de forma colaborativa, usar metodologias ativas, nada disso é trivial, até porque estamos num caminho sem volta”.

Sessão de autógrafos dos livros da série Desafios da Educação

Na noite de ontem, durante o 24° Ciaed, diversos educadores prestigiaram a sessão de autógrafos do box que reúne cinco dos seis livros da série Desafios da Educação:

Foto acima: sessão de autógrafos da série desafios da educação. Da esq. para a dir.: Rui Fava, Thuinie Daros, José Moran e Lilian Bacich

Sessão de autógrafos da série Desafios da Educação. Da esq. para a dir.: Rui Fava, Thuinie Daros, José Moran e Lilian Bacich.

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