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Os espaços externos da escola – jardins, pátios, quintais – são indispensáveis como ambientes de aprendizagem na educação infantil. Brincadeiras e outras atividades ao ar livre promovem integração, ampliam as experiências positivas, permitem que as crianças investiguem e transformem os espaços e os objetos ao seu redor, diminui sintomas de depressão, ansiedade e déficit de atenção associado à hiperatividade – entre outros benefícios.

As informações são confirmadas pelas professoras Maria da Graça Souza Horn e Maria Carmen Silveira Barbosa, renomadas especialistas em educação infantil, em seu livro recém-lançado Abrindo as Portas da Escola Infantil – Viver e Aprender nos Espaços Externos (Penso, 2021) – disponível na versão impressa e e-book.

Ideal para estudantes de pedagogia, professores, gestores de escolas e formuladores de políticas educacionais, a obra reúne metodologias que propõem a aprendizagem além dos limites da sala de aula. Segundo as autoras, é preciso (e possível) desenvolver uma educação mais saudável e consciente através de pátios e jardins.

Pesquisadores têm demonstrado, por meio de estudos, que o contato com o meio-ambiente tem relevante papel na cognição

Pesquisadores têm demonstrado, por meio de estudos, que o contato com o meio ambiente tem relevante papel na cognição. Crédito: Divulgação/Ser Criança Natural.

A natureza e o jardim de infância

A natureza é um lugar mágico por fomentar a criatividade – e um guia fundamental do desenvolvimento infantil. Pesquisadores têm demonstrado, por meio de estudos, que o contato com o meio ambiente tem relevante papel na cognição, na capacidade de resolver problemas e no pensamento crítico, por exemplo.

Leia mais: A importância do aprender para além do prédio da escola

Por outro lado, muitas crianças sofrem com o que já foi chamado de “déficit de natureza”. A falta de contato com ambientes ao ar livre pode provocar ou agravar problemas de saúde como obesidade, hiperatividade, déficit de atenção e dificuldades motoras.

Para evitar esse cenário, Horn e Barbosa orientam os leitores com ações e métodos voltados para o desenvolvimento pleno da criança em um ambiente natural. Os relatos da obra contemplam experiências em escolas no Brasil e no mundo, em países como Noruega e Dinamarca – referência quando o assunto é educação além da sala de aula.

Leia mais: Brincar na natureza: por que é tão importante para as crianças

As organizadoras do novo livro também sugerem dicas de como criar um jardim do aprendizado. Em cada parte do processo de organização, elas apontam 10 tópicos importantes, auxiliando no método de elaboração do espaço. São eles:

  • Observação;
  • Exploração;
  • Manipulação;
  • Seleção;
  • Comparação;
  • Experimentação;
  • Organização;
  • Construção;
  • Criação;
  • modelagem.

Cada item é importante para estimular a curiosidade e o desenvolvimento intelectual. É participando de atividades socioculturais que os humanos fazem as primeiras trocas e se transformam.

Cabe lembrar: a aprendizagem não é um processo vertical, senão um diálogo imersivo entre o cultural e o natural, o social e o pessoal, o velho e o novo, o corpo e o ambiente. É atravessando a linha do tempo da pedagogia, contando relatos, ensinando caminhos que Abrindo as Portas da Escola Infantil traz ao jardim da infância a importância de se fazer jus ao seu nome.

Leia mais: Crianças e escolas precisam se conectar à natureza: uma entrevista com Ana Carol Thomé

Redação Pátio
A redação da Pátio – Revista Pedagógica é formada por jornalistas do portal Desafios da Educação e educadores das áreas de ensino infantil, fundamental e médio.

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