Metodologias de EnsinoOpinião

Glossário: as metodologias inovadoras para a educação superior

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Por Thuinie Daros

Formar profissionais capazes de trabalhar em grupos, resolver problemas de forma criativa, crítica e reflexiva, apropriar-se dos conhecimentos necessários, desenvolver a autonomia intelectual são alguns dos desafios da Educação Superior. Tentar alcançar esses objetivos por meio de metodologias educativas tradicionais, sem valer-se da internet e das mídias digitais, é ainda mais desafiador. A sociedade mudou. E as intuições educativas precisam acompanhar essas modificações, sob pena de não formar cidadãos conscientes e capazes de enfrentar o mercado do futuro.

Diante deste contexto, é preciso rever a prática educativa. Pensar além da caixa, analisar os novos conceitos didático-metodológicos. Pesquisar modelos de negócios, usufruir de novos recursos, inovar o jeito de ensinar e aprender. Essas metodologias inovadoras já estão à disposição – como o portal Desafios da Educação tem mostrado ao longo dos anos. O modelo é centrado no estudante e na aplicabilidade dos conhecimentos. É uma forma de trabalho pedagógico que tem envolvido os alunos em seu próprio sucesso, incorporando seus interesses, habilidades e os encorajando a assumir sua responsabilidade no processo de aprendizagem. Leia sobre algumas delas:

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Aprendizagem Baseada em Problemas

A aprendizagem baseada em problemas é representada no Brasil pela sigla ABP, mas também é conhecida pela sigla em inglês PBL (problem based learning). Trata-se de uma abordagem pedagógica na qual os estudantes iniciam sua atividade partindo de um problema de qualquer área do conhecimento, real ou simulado, buscando buscam em grupo sua solução.

Leia mais: Aprendizagem baseada em desafios é chave para um ensino ativo

Aprendizagem baseada em projetos

A aprendizagem baseada em projetos possui uma metodologia na qual os estudantes iniciam suas atividades partindo de um problema ou uma questão desafiadora. Para buscar a solução da questão inicial, os estudantes integram várias áreas dos conhecimentos de forma articulada e interdisciplinar. A solução desta questão deve ser apresentada em forma de um produto ou artefato final.

Leia mais: Aprendizagem baseada em projetos: a chave para uma educação eficiente

Aprendizagem baseada em equipes

Trabalho em equipe (Foto: Pexels)

A aprendizagem baseada em equipes, ou team based learning (TBL), é uma metodologia criada na década de 1970 baseada na formação de times de trabalho. Por ela, os estudantes são reunidos em grupos com o intuito de realizar as atividades propostas. Para que a atividade seja realizada o professor estabelece quais serão os membros que farão parte do grupo não cabendo aos estudantes esta decisão. Esta metodologia envolve o gerenciamento de equipes, realização de tarefas de preparação e aplicação conceitual, feedback e avaliação entre os colegas.

Design thinking

Design thinking é o nome de uma metodologia que tem como intuito a identificação e solução de problemas por meio de um pensamento visual. Ocorre por meio de um conjunto de estratégias que são combinadas para identificação de fragilidades e melhorias de processos ouvindo pessoas e inspirado na coletividade, e por isso muito utilizada no âmbito escolar. Uma possibilidade de trabalho que ocorre de maneira simples e muito eficaz na promoção da inovação e da criatividade.

Educação Maker

A educação maker, hands-on ou mesmo movimento maker é a ideia de materializar o “mão na massa”. O objetivo é criar coisas, artefatos, produtos ou protótipos. Ou seja, botar a mão na massa para transformar ideias em soluções criativas. Esta cultura do “faça você mesmo” se aplica a todas as áreas do conhecimento. No entanto, os projetos de ciência e as engenharias caseiras tem sido mais disseminadas com base em suas especificidades.

Leia mais: Onde o laboratório de fabricação vai além dos protótipos

Ensino Híbrido

O ensino híbrido utiliza as tecnologias digitais para possibilitar o acesso ao conhecimento (Foto: Pexels)

Ensino Híbrido, ou blended learning, foi apresentado pelo Instituto Clayton Christensen. Tem sido disseminado com o intuito de definir uma metodologia que integra o método tradicional (presencial, em sala de aula e com a interação do professor) com o aprendizado online, que utiliza as tecnologias digitais para possibilitar o acesso ao conhecimento com o controle do tempo e ritmo por parte do estudante. Em outras palavras, mistura as atividades online com as offline, mantendo o foco na personalização do aprendizado do estudante.

Leia mais: Ensino híbrido reduz custos e aumenta aprendizado

Ensino Personalizado

Existem muitos significados para “ensino personalizado”. Mas no nosso caso estamos falando de uma forma de ensino adaptado às necessidades particulares dos estudantes. Destaca-se que personalizar o ensino não significa uma escolha ilimitada aos estudantes, visto que as metas e objetivos de aprendizagem são elencados pelo professor. O intuito é fornecer aos alunos a oportunidade de aprender a partir de um modelo que atenda aos estilos e ritmos individuais. Para que a personalização ocorra, as tecnologias digitais são essenciais, pois são elas que possibilitam a disposição dos conteúdos. Assim, os alunos tiram suas dúvidas com os professores e avançam com base nas próprias necessidades.

Leia mais: Ensino adaptativo e ensino personalizado: entenda a diferença

Educação Baseada em Competências

A educação baseada em competência (EBC), também conhecida como aprendizagem por domínio, é um modo de ensino no qual o estudante precisa demonstrar pleno domínio de determinado assunto ou de alguma prática. O objetivo é promover o desenvolvimento do aluno no âmbito pessoal, tornando-o capaz de tomar decisões no decorrer de sua vida de modo que ele possa intervir socialmente. Para que este modelo ocorra, o estudante terá que enfrentar desafios apresentados pelo professor, pelo grupo e/ou pela sociedade.

Leia mais: O diferencial das competências na educação – seja na base escolar, no emocional ou no EAD

Gamificação

A gamificação (gamification, no inglês) não tem necessariamente a ver com jogos de vídeo game ou digitais educativos. O termo representa um conjunto de atividades organizados com base na mecânica dos jogos, com intuito de engajar pessoas para resolverem problemas e melhorar o aprendizado. Pode envolver o uso de aparelhos eletrônicos como tablets, computadores e celulares. Mas não é uma exigência. Aqui podem entrar também os quizgame, que são jogos de perguntas e respostas usados como abordagem na construção de conhecimentos de maneira simples e lúdica.

Leia mais: Gamificação: a evolução disruptiva que é tendência mundial

Instrução por Pares

Aprendizagem em Pares é um modelo de ensino que faz os alunos se engajarem durante todo o processo (Foto: Pexels)

A instrução por pares (peer instruction) é uma estratégia pedagógica que faz os alunos se engajarem no processo de aprendizagem. De modo geral, o professor inicia a aula com a problematização do conteúdo com no máximo 20 minutos, na sequência aponta uma questão acerca do assunto abordado. No primeiro momento, a questão deve ser respondida individualmente e exposta por meio de algum recurso indicado pelo professor como um clicker ou flashcard. Na sequência, os estudantes em grupo, devem tentar chegar a um consenso sobre a resposta. O professor analisa o resultado e depois decide se propõem outra questão ou retorna a discussão do conceito apresentado anteriormente.

Leia mais: Aulas colaborativas são foco do peer instruction

Metodologia STEM

Stem é o acrônimo em inglês que sintetiza as palavras Science, Technology, Engineering and Mathematics. Ou, em bom português, Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática. Ela vem sendo utilizada por diversas escolas no mundo com o objetivo de levar os estudantes a se envolverem em soluções de problemas reais de forma multidisciplinar, através de atividades desafios ligados a essas quatros esferas do conhecimento.

Leia mais: Competências STEM: a nova fronteira do ensino e da aprendizagem

Storytelling

Consiste em criar personagens e enquadrá-los numa determinada situação, desafio ou problema que se busca resolver. Nessa metodologia, procura-se tornar um conceito abstrato, mais pessoal e humano, ampliando a capacidade de estabelecer empatia com os ouvintes da história, buscando a sua compreensão e visão acerca do problema, evento ou situação, para buscar as causas e a resolução.

Visual Thinking

A metodologia Visual thinking em sala de aula (Foto: Pexels)

O visual thinking permite o registro das ideias, soluções e processos por meio desenhos e imagens representativas. Parte do princípio que quando se visualiza algo, torna-se mais concreto, neste sentido, os conceitos mais complexos acabam tornando-se mais de fáceis de compreensão.


Sobre a autora

Thuinie Daros é head de metodologias ativas e cursos híbridos da Unicesumar, sócia-fundadora da Téssera Educação e coautora do livro A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo (editora Penso, 2018).

Thuinie Daros
Thuinie Daros é diretora de planejamento acadêmico na Vitru Educação (Mantenedora da Uniasselvi e Unicesumar. Palestrante e facilitadora de workshops sobre temáticas que capacitam profissionais a aplicar metodologias ativas, promover a criatividade, explorar abordagens híbridas de educação, incluir tecnologias educacionais e incorporar a pedagogia de futuros em suas práticas pedagógicas e dentro do contexto empresarial (formação de líderes). Autoras de diversos livros na área de inovação educacional.

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