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MOOCs: sob medida para quem já tem um histórico escolar

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A criação dos MOOCs (Massive Open Online Course, cursos abertos e online em massa) trouxe junto o nascimento de uma utopia: um mundo no qual praticamente todas as pessoas teriam acesso fácil à educação de maneira gratuita ou a baixos custos. O passar do tempo tem mostrado que o otimismo talvez tenha sido apressado, já que as transformações precisam de tempo para se consolidar. Em todo caso, as novas tecnologias têm, sim, ampliado o acesso ao aprendizado e, de seu lado, os MOOCs se transformaram em excelentes ferramentas de ensino superior.

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Os cursos abertos têm sido de grande valia para quem busca uma segunda graduação
[FONTE: Stanford]

No começo da experiência da Universidade da Pensilvânia com os MOOCs, por exemplo, as taxas de conclusão dos 16 cursos oferecidos mal chegavam a 4%. O estudo dos dados coletados também mostrou que aqueles com maior carga de tarefas a serem entregues ao professor eram os que tinham o maior nível de evasão. Por outro lado, os cursos que permitiam ao aluno organizar sua agenda tinham muito mais sucesso. Os estudantes que mais estavam se beneficiando, então, eram alunos que já possuíam um histórico escolar. Já dotados de um diploma anterior, eles tinham as maiores taxas de persistência no curso, pois conseguiam navegar com mais tranquilidade pelos processos das aulas.

A experiência na Pensilvânia vai ao encontro do que diagnosticaram a Udacity e a San Jose State University, nos EUA. A San Jose passou a oferecer cursos voltados a quem tinha estudos incompletos, como supletivos. Entretanto, logo percebeu-se que os alunos com pouco histórico escolar também tinham pouca familiaridade com computadores e com o universo geral de uma universidade. Mas, se nos supletivos os alunos enfrentavam dificuldades, nos cursos regulares a situação era encorajadora. Os alunos conseguiam acompanhar as aulas e concluir os cursos. A maioria deles, de novo, estavam na sua segunda graduação.

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Os estudantes sêniores costumam ter mais facilidade na autogestão
[FONTE: Meals on Wheels]

Muitos são os motivos que levam os estudantes experientes a terem mais sucesso em MOOCs. Além de já serem mais maduros, esses alunos já tiveram contato com as dinâmicas que regem a relação entre professor e aprendiz. Eles já estão acostumados a aulas expositivas, tarefas, apresentações e, sobretudo, a pedir ajuda quando precisam. Como já reiteramos aqui no blog, a autonomia do estudante é essencial na EAD, e o aluno precisa tomar as rédeas do próprio aprendizado e do próprio tempo.

Uma das peças fundamentais dos MOOCs é a utilização do vídeo. As aulas às quais o aluno assiste formam a base mais sólida do curso, e é sobre isso que Shay David, cofundador da Kaltura, vai falar no próximo Fórum de Lideranças: Desafios da Educação. Sua palestra intitulada Redefinindo a Experiência de Educação com Vídeo vai apresentar tendências, estudos de caso e ideias para melhor aproveitar o vídeo na educação. David é uma das pessoas mais indicadas no mundo para explicar como efetivamente implantar a tecnologia em instituições, gerar resultados e engajar a comunidade.

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A possibilidade de estudo está em todos os lugares
[FONTE: NY Times]

Ainda é cedo para dizer o que o futuro nos reserva, mas tudo indica que os MOOCs ganharão cada vez mais espaço entre pessoas que querem voltar aos estudos e entre profissionais que buscam uma nova qualificação, afinal, a EAD já é a preferência para a formação tardia. Se os MOOCs não resolveram os problemas do mundo, eles certamente estão trazendo uma segunda chance a todos aqueles que continuam na busca da satisfação pessoal e profissional por meio do aprendizado.

Para seguir debatendo as tendências da educação em um mundo repleto de novas tecnologias, compareça ao Fórum de Lideranças e traga suas ideias. As inscrições podem ser feitas aqui.

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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