
Colégio Estadual Hebe Camargo, em Pedra de Guaratiba (RJ): Brasil apresentou leve melhora nos dados do PISA 2018, mas resultados estão distantes da média geral – e do ideal. Crédito: Agência Brasil.
Foram divulgados nesta terça-feira (3) os dados referentes ao PISA, sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Estudantes. Realizada a cada três anos com estudantes de 15 anos de idade de 79 países ou economias, a pesquisa é organizada pela OCDE.
A partir de uma prova aplicada em 2018, o PISA avaliou as habilidades de leitura, matemática e ciências. As notas vão de 0 a 600. (Confira o ranking geral no fim desta reportagem.)
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O Brasil no PISA
O Brasil apresentou leve melhora nos três indicadores.

O Brasil no PISA 2018. Arte: Desafios da Educação.
Em leitura (57º lugar), atingiu 413 pontos – seis a mais que em 2015. A média da OCDE é de 487.
Em matemática (70º), o país subiu para 384 – sete pontos a mais que o resultado anterior. Na OCDE, a média em 2018 foi de 489.
Em ciências (64º), o indicador brasileiro foi de 404 pontos – três a mais que em 2015. A média da OCDE é de 489.
Participaram das prova cerca de 10,7 mil estudantes brasileiros de 638 escolas. Só dois a cada 100 alunos atingiram os melhores desempenhos em pelo menos uma das disciplinas avaliadas.
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Outros destaques do PISA 2018
Apetite chinês 1 >> A China tem 3 representações no PISA 2018: Hong Kong (território independente), Macau (território independente) e um grupo formado por Pequim, Xangai, Jiangsu e Zhejiang (BSJZ, na sigla em inglês). As três economias estão no top 10 de cada uma das três habilidades avaliadas na prova.
Apetite chinês 2 >> Especialmente em matemática (591 pontos) e ciência (590 pontos), o desempenho do grupo BSJZ é melhor do que os dos demais países por larga vantagem. Embora longe de representar toda a China, onde vive 1,3 bilhão de pessoas, essas províncias e municipalidades têm população total de 180 milhões de habitantes.
Girl power >> Meninas têm melhor desempenho que meninos em leitura no PISA 2018. Elas obtiveram 30 pontos a mais na prova, o que equivale a quase um ano de estudos de diferença em relação aos meninos.
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Participação dos pais >> Outra pesquisa, divulgada pela OCDE junto ao PISA, mostrou que 36% dos pais no Brasil apontam horário das reuniões como impeditivo para participação na escola. Insegurança e dificuldade de transporte também foram citados como empecilhos por, respectivamente, 18% e 13% dos responsáveis.
Bagunça >> Brasileiros faltam mais na escola e perdem mais tempo de aula por indisciplina do que a média dos países que participaram do PISA 2018. Eles também demonstram ter menos confiança em sua capacidade, cooperam menos que os outros e têm visto aumentar casos de bullying. Os dados são de um questionário que acompanhou a prova.
Elite brasileira >> Estudantes brasileiros de perfil socioeconômico e cultural mais elevados têm capacidade de leitura pior que a de alunos pobres de outros países. Nesse recorte por classe, a média do grupo dos brasileiros chega a 470 pontos, o que coloca o Brasil em uma posição pior, comparativamente, em relação aos outros analisados no mesmo grupo de renda — cai para a 54ª posição.
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O ranking do PISA 2018. Arte: OCDE.
Elite brasileira >> Estudantes brasileiros de perfil socioeconômico e cultural mais elevados têm capacidade de leitura pior que a de alunos pobres de outros países.
Será que esse grupo de leitores aprendeu a ler com letras maiúsculas e o outro com, estrangeiro, com letras de imprensa minúsculas? Deve ser a grande diferença.