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Por que envolver todo o campus nas políticas de retenção?

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Em uma recente pesquisa, a Blackboard perguntou a líderes de instituições de ensino, assim como a especialistas em tecnologia e a professores, quais eram os principais desafios a serem enfrentados no ensino superior. A resposta mais comum foi: a retenção dos alunos é a maior preocupação.

Naturalmente, é do interesse de todos que os estudantes concluam seus estudos. No entanto, sem esforços que abranjam todas as esferas do campus, muitos podem acabar abandonando os cursos antes do tempo. É importante manter um programa unificado em favor da retenção, uma vez que uma instituição, com diversas unidades trabalhando na mesma área, pode enfrentar dificuldades ao duplicar discursos ou dispersar a atenção do corpo discente. Mas, se todos trabalham na mesma linha, se ganha um discurso unificado e sólido, capaz de ter maior impacto nos alunos. Isso vale no ensino tradicional e também na EAD, que já abordamos aqui no blog.

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A participação estudantil é tão importante quanto o compromisso dos educadores
[FONTE: bocavox]

Para se chegar a esse discurso sólido, é necessário que todos os indivíduos do campus, do reitor ao calouro, estejam envolvidos na cultura da retenção. Pode parecer difícil se chegar lá, mas muitas instituições já conseguiram criar uma cultura colaborativa nesse sentido.

Um exemplo dos Estados Unidos ilustra bem a questão. Na faculdade Paul Smith, um escritório formado por três pessoas cuja única missão era promover a retenção dos estudantes não conseguiu obter resultados significativos. As taxas permaneceram em míseros 60% de retenção anual, mesmo depois que o número de funcionários trabalhando na área aumentou.

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Todas as estratégias são válidas para envolver o aluno na aprendizagem
[FONTE: DSWY]

Diante desse problema, a instituição recorreu à tecnologia para buscar uma solução melhor e criou uma plataforma que unifica os esforços de diferentes equipes. A equipe administrativa sabia que o maior desafio era incluir os professores, muitas vezes resistentes a políticas de retenção, pois essas políticas às vezes significam aprovar alunos que não atingiram níveis suficientes, mas que abandonariam o curso caso fossem reprovados.

A estratégia se baseou em quatro pontos fundamentais: 1) tirar o foco da retenção e colocá-lo no sucesso estudantil que, naturalmente, resulta em retenção; 2) usar informações em tempo real e um centro de comunicação automatizado para dar retorno imediato a dúvidas de alunos; 3) manter o planejamento de comunicações o mais simples e intuitivo possível; 4) adotar práticas que suavizem as mudanças que ocorrerão durante a implementação do novo programa.

Ou seja, o segredo foi conectar todos os alunos e professores em um hub de informações que aumente a sensação de inclusão e participação dos estudantes. Além de oferecer uma experiência de aprendizagem motivadora e proveitosa, as instituições precisarão manter uma linha de comunicação aberta, dando atenção aos problemas relatados pelos estudantes antes que eles abandonem o curso.

Um dos fatores decisivos para modificar a postura da Paul Smith foi adotar outra linguagem ao abordar o tema. Em vez de falar de taxas de reprovação, por exemplo, se mostrou mais produtivo discutir maneiras de aumentar o aproveitamento dos estudantes. Afinal, oferecer a melhor experiência possível aos alunos é o objetivo comum de todos os integrantes da vida universitária.

As iniciativas na faculdade norte-americana deram bons frutos. Com mudanças apenas culturais, e não estruturais, eles aumentaram em mais de 12% a taxa de retenção. Tamanho sucesso só foi possível graças ao envolvimento de todas as esferas do campus, e não apenas de uma equipe. Você está satisfeito com a forma que sua instituição de ensino promove a retenção? Compartilhe conosco sua experiência.

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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