Ensino Superior

Pós-graduação: o papel do setor de carreiras nas instituições de ensino

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A lacuna entre as expectativas de mercado e o preparo para a atuação profissional dos egressos de graduação é um desafio para os programas de pós-graduação. Eles devem construir uma nova base de conhecimento e ainda ajudar os estudantes a se posicionarem profissionalmente.

Segundo uma pesquisa recente divulgada pela Educa Insights, os gestores das IES e os empregadores ouvidos divergem em relação ao preparo para o mercado de trabalho dos egressos da graduação. A grande maioria dos gestores acadêmicos (69%) afirma que os egressos chegam com um nível de preparo alto para o mercado de trabalho. Quanto aos empregadores, apenas 39% concordam com essa afirmativa.

No meio dessa lacuna estão os estudantes.

É notório que o meio acadêmico vem se esforçando para mudar essa realidade. As iniciativas para aproximar as empresas da sala de aula estão cada vez mais presentes. É comum as instituições promoverem semanas de palestras com profissionais do mercado, celebrar convênios com dezenas de empresas da sua região e tentar organizar formas de inserir o aluno no mercado de trabalho, como divulgação de vagas, por exemplo.

A verdade é que as IES já entenderam que o tema da empregabilidade é importante para o aluno e está cada vez mais presente entre os fatores de decisão de matrícula. Isso não é um fenômeno exclusivo do Brasil.

O que os alunos querem

Uma pesquisa publicada pela Education Dynamics no início desse semestre mostra que a preocupação com a carreira é um dos principais fatores na decisão de matrícula de alunos de graduação e pós-graduação nos Estados Unidos. Os serviços de carreira são apontados como o mais importante serviço prestado pelas instituições.

Entender o que é importante para o aluno talvez seja o ponto mais importante na discussão sobre os serviços e produto que as IES oferecem. Uma transformação silenciosa que vem acontecendo nos últimos anos é a mudança da motivação dos alunos que buscam um curso no nível superior, especialmente na pós-graduação Lato Sensu.

Já citei em outro artigo uma pesquisa da Expertise Educação sobre o Panorama da Pós-graduação, publicada em dezembro do ano passado. Essa pesquisa mostra que os alunos da pós buscam o curso por alguma necessidade de carreira. Seja ganhar um aumento, se preparar para mudar de emprego, ou mesmo fazer uma transição de carreira.

Leia mais: Pós-graduação lato sensu impulsiona a empregabilidade e salário

Como se dá na prática

Na prática, para a maioria dos alunos, a pós-graduação Lato Sensu é uma ferramenta para se alcançar esse movimento profissional e, para ajudar esses estudantes, é necessário aprimorar os serviços de carreira. Mais do que aprimorar: as instituições precisam integrar os serviços de carreira ao dia a dia do curso. Conectar esses serviços aos temas que o aluno está estudando.

O departamento de carreiras das instituições devem ir além da busca de convênio com empresas, divulgação de vagas e palestras. É preciso criar oportunidades e ferramentas que vão permear o programa acadêmico. De modo que cada etapa do curso faça sentido para o aluno do ponto de vista do seu objetivo: a conquista dos seus objetivos profissionais.

Por fim, essa é uma mudança de paradigma de produto importante. Os gestores acadêmicos precisam incluir outros pontos de vista na concepção dos cursos, e permitir que essa contribuição ajude a construir uma solução que integre de verdade a atualização do profissional. Isso se dá por meio de um conteúdo atualizado e consistente. Além de mecanismos que ajudem o aluno a conquistar seus objetivos.

Leia mais: Por que as instituições de ensino adiam o lançamento da pós-graduação EaD?

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