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Quatro dicas para implementar a sala de aula invertida

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Um dos modelos que mais aproxima, hoje, a educação a distância da educação tradicional é a sala de aula invertida. Comumente, refere-se a essa tendência na educação como a prática de aprender em casa e fazer o tema na sala de aula, mas isso não é tudo. Na verdade, o aluno, de fato, compreende o conteúdo com o auxílio de vídeos e conteúdos interativos fora da escola. Na instituição, porém, o tempo com o professor é aproveitado de outras formas, como o atendimento individual a dúvidas e o estabelecimento de debates. Ou seja, o que a sala de aula invertida faz é subverter a lógica da aula expositiva. Com menos tempo a ser dedicado à exposição de conteúdo, a sala de aula muda de configuração e participação dos alunos passa a ser mais ativa e colaborativa. Mas como começar a implementar essa forma de ensino? O site Edutopia apresentou quatro dicas para realizar a adaptação com sucesso, especialmente no que se refere à produção audiovisual.

De cabeça para baixo? Não. O modelo da sala de aula invertida é mais parecido com esse: desaparecem as fileiras, surgem mesas para grupos e recursos visuais espalhados pelo ambiente.  Fonte: ASDC

De cabeça para baixo? Não. O modelo da sala de aula invertida é mais parecido com esse: desaparecem as fileiras, surgem mesas para grupos e recursos visuais espalhados pelo ambiente.
Fonte: ASDC

#1 Estabeleça metas

Um dos grandes atrativos da sala de aula invertida é a produção de vídeos por parte dos professores, uma forma bastante eficiente e promotora de autonomia de aprendizado. Afinal, pausando e repetindo o vídeo, o aluno aprende a identificar seus pontos de dificuldade e se torna responsável por direcionar seu estudo de acordo com suas necessidades. No entanto, para que os vídeos sejam efetivos, é preciso que se estabeleçam metas. Saiba o propósito e o objetivo didático de cada vídeo antes de produzi-lo e liste as propostas de aprendizado, da mais simples à mais complexa.

Uma dica é responder mentalmente às seguintes perguntas:

– Uma vez que os alunos compreendam a lição preliminar, o que serão capazes de fazer com isso?
– Que atividades reforçarão esses conceitos?
– Os estudantes poderão agregar valor às ideias básicas por meio de experimentos, discussões e projetos?
– De que forma o professor poderá facilitar e monitorar a colaboração em sala de aula?
– Como os alunos poderão demonstrar o desenvolvimento de seu aprendizado?

Ou seja, na sala de aula invertida, enquanto são realizados os meios, sempre tenha os fins em mente.

#2 Imagens e linguagem

Não é preciso ser diretor de cinema para trabalhar com esses métodos. Os vídeos introdutórios, em geral, têm cerca de cinco minutos. É possível trazer muito conteúdo nesse tempo, mas é importante que a linguagem seja direta. Além disso, o uso de imagens, diagramas e quadros podem auxiliar na narrativa, da mesma forma como são ótimos recursos em apresentações feitas em slides. Esqueça os longos monólogos. Se eles não estiverem funcionando na aula expositiva tradicional, também não funcionarão no vídeo.

Adolescentes são especialmente atraídos por vídeos na internet. Use isso a favor do aprendizado.  Fonte: Will video for food

Adolescentes são especialmente atraídos por vídeos na internet. Use isso a favor do aprendizado.
Fonte: Will video for food

#3 Garantindo o aprendizado

Embora pareça um pouco assustadora, em princípio, a ideia de criar vídeos com recursos interativos, hoje temos diversas ferramentas que facilitam sua edição. O desafio, na verdade, é outro: o que fazer com eles depois de prontos. E o mais importante: como se certificar de que os alunos tiveram acesso ao conteúdo? A efetividade dessas respostas dependerá de quais tecnologias a turma terá à disposição, mas pensar sobre elas independe de plataforma. Opte por uma ferramenta de hospedagem à qual os alunos tenham fácil acesso e, para se certificar de que eles estão prestando atenção, espalhe perguntas em forma de quizz ao longo do vídeo. É lúdico e educativo.

#4 O apoio dos pais

Embora aprender em casa seja uma realidade crescente no ensino superior, adotar a educação híbrida pode gerar alguma resistência. Especialmente por parte dos pais, que podem não compreender a proposta de ensino. Na verdade, os eles acabam tornando-se tutores importantes, pois, muitas vezes, estarão presente no momento em que o aluno assimila o conteúdo. Explique as vantagens da sala de aula invertida, suas metas e as formas de chegar lá. Se for preciso, apresente estudos que comprovem sua eficácia. Exponha suas motivações para tal escolha. Certamente, isso ajudará o processo a ser mais harmonioso. Trazer o aluno da educação básica para a realidade virtual é muito interessante. Afinal, uma das possibilidades para os próximos anos é justamente o fim da divisão entre os ensinos presencial e digital. A sala de aula invertida pode não ser o futuro da educação por si só, mas certamente é um dos caminhos para um ensino mais tecnológico e centrado no aluno.

E você? Já inverteu sua sala de aula ou a lógica da exposição de conteúdo? Compartilhe sua experiência conosco e não deixe de assinar nossa newsletter.

 

Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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1 Comment

  1. […] A sala de aula invertida é um dos modelos que mais aproxima, hoje, a educação tradicional da EAD. Confira quatro dicas para implementá-lo.  […]

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