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Como avaliar a credibilidade do que se lê online

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Todos que, em algum momento da vida, se viram obrigados a carregar uma grande enciclopédia para pesquisas no colégio perceberão o valor da internet e do mundo de informações que está à nossa disposição com um clique. Mas tamanha praticidade também traz seus percalços, e os jovens estudantes de hoje são os mais sujeitos a caírem nas armadilhas da pesquisa fácil. Sobram informações na rede, mas como saber quando elas são confiáveis? O blog Edutopia publicou diretrizes para que os professores ajudem seus alunos a navegar com segurança sem correr riscos de adotar versões tendenciosas como fatos. São orientações tão relevantes que servem para todo mundo. Afinal, quem hoje não recorre diariamente aos mecanismos de busca?

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A tecla de detetive não existe, mas a investigação também está a um clique de distância
[FONTE: Kellé Campbell]

Avaliação crítica
Desconfiar é a palavra de ordem na hora de considerar a validade de uma informação na internet. Uma recente pesquisa nos Estados Unidos indicou que mais de 70% dos adolescentes não questiona o que lê online. Via de regra, os jovens estão mais preocupados com o impacto do conteúdo do que com a credibilidade dos dados e da fonte. Mas há maneiras e ferramentas para transformar essa realidade.

Critérios
Não existe uma receita passo a passo para a avaliação crítica, mas, compreendendo os elementos que a compõem, os estudantes poderão criar seu próprio método de leitura e interpretação. O primeiro elemento é a relevância das informações. Que importância determinados dados têm para o assunto em questão? Em seguida, é interessante avaliar a precisão do texto. As informações nele contidas podem ser verificadas em outras fontes?

Ainda, é essencial considerar a perspectiva de quem escreve. Ninguém é imparcial, e, quando conhecemos a autoria de um texto, podemos investigar se o autor não está trabalhando em prol de interesses próprios. Isso nos leva à avaliação da credibilidade. Convém verificar a reputação do veículo no qual a informação foi publicada, uma revista científica sempre terá mais confiabilidade que um blog pessoal.

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[FONTE: Santa Clara]

Exercícios
Com os critérios de avaliação em mãos, os estudantes estarão prontos para colocar o conhecimento em prática. O professor pode fazer treinamentos na sala de aula. Apresentando um texto, os jovens devem ser incentivados a verificar e refutar as informações de um texto, investigar o currículo do autor, identificar possível tendências desse autor e propor novas perspectivas ao tema em estudo.

Mais desafiante será inserir essas práticas na vida cotidiana dos alunos. Todos nós, nativos da era digital ou não, tendemos a prestar mais atenção nas informações que confirmam nossas crenças, diminuindo a relevância daquelas que contradizem o que queremos comprovar. Romper esse hábito exige concentração e disciplina. Uma das estratégias é conscientizar o processo, buscando em um texto os dados que se opõem às nossas opiniões. Depois de fazer uma listagem de todas as informações que não nos agradam, podemos avaliá-las criticamente com os critérios aqui apresentados. Não se surpreenda se você acabar mudando de ideia.

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Se os jovens já usam diversos dispositivos, por que não consultar várias fontes?
[FONTE: twoday]

Ceticismo
Manter uma postura crítica é, essencialmente, manter uma constante descrença naquilo que se lê. Ensinar essa saudável desconfiança aos jovens é importante não apenas para a leitura de informações online, mas para a abordagem de discursos em todos os meios: seja na imprensa, nas publicações científicas ou na fala de figuras públicas. E meio à velocidade da vida digital, é sábio tomar um tempo para reflexão. Entre seus alunos, como você incentiva o posicionamento cético?

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Redação
A redação do portal Desafios da Educação é formada por jornalistas, educadores e especialistas em ensino básico e superior.

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