A importância da sinergia entre ensino superior e mercado de trabalho

Renata Cardoso • 22 de novembro de 2021

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit

Acompanhe

    Cada vez mais, o mercado de trabalho procura profissionais preparados para resolver problemas de forma ágil e dinâmica. Da mesma maneira, a sociedade espera cidadãos conectados às suas demandas. No ensino superior, a curricularização da extensão atua nesse sentido, aproximando teoria e prática.

    A execução de programas voltados à intensificação da articulação entre universidades e empresas é urgente. Está ligada, inclusive, ao desenvolvimento econômico e social do Brasil, onde a aplicabilidade comercial de pesquisas acadêmicas, por exemplo, deixa a desejar.

    É por esses e outros motivos que, até janeiro de 2023, 10% da carga horária total de todos os cursos de graduação deve ser dedicada às atividades de extensão. O objetivo é aproximar as instituições das necessidades reais do mundo fora do campus.

    A voz de quem contrata

    Para quem contrata, a curricularização da extensão significa a oportunidade de contar com profissionais bem preparados. Mais acostumados com o desenvolvimento de projetos , os formandos demandam menos tempo de treinamento.

    É o que acontece na Nutrimental, uma indústria da área de alimentação com matriz em São José dos Pinhais, no Paraná. Através de uma parceria com a UniAmérica , os alunos colocam o conhecimento teórico em prática em um campus localizado na fábrica.

    A parceria envolve os cursos de Nutrição, Engenharia de Produção, Engenharia de Alimentos e Administração. Todo o planejamento é feito para que os estudantes tenham uma experiência profissional dentro da empresa, com base em desafios reais.

    Para o gestor de comunicação da Nutrimental, Ricardo Scharppe, o egresso formado em sinergia com o mercado de trabalho é mais maduro. Isso proporciona até uma economia para as companhias na hora de contratar.

    “Não é como aquela pessoa que você vai ter que deslocar outro profissional mais antigo para treinar”, explica Scharppe. “Com o modelo que usamos, podemos contratar um recém-formado que já tem requisitos que podem ser aproveitados pela empresa. Sem contar que eles já têm uma afinidade conosco”, completa.

    Na aliança entre a Nutrimental e a UniAmérica, o ensino acontece em um modelo híbrido. Nesse caso, o aluno aprofunda os conhecimentos em casa – com os professores assumindo o papel de mentores – para depois efetivá-los na empresa.

    Dessa maneira, ao sair da faculdade, os estudantes têm um portfólio amplo em mãos. “Para um profissional de recursos humanos, é um diferencial receber um currículo que diz quais projetos foram desenvolvidos e quais soluções foram encontradas. Isso mostra como o candidato pensa, se relaciona e está preparado”, diz Scharppe.

    Mais integração com o mercado

    As instituições de ensino superior (IES) não dependem da obrigatoriedade da curricularização da extensão para estreitarem os laços com o mercado de trabalho. Entre os exemplos de ações alternativas, estão os programas de estágio, assim como desafios e incentivos de capacitação das próprias empresas.

    O mais importante é a formação de profissionais alinhados às competências e habilidades do século 21. O relatório The Future of Jobs , do Fórum Econômico Mundial, destaca a relevância de soft skills como pensamento crítico , criatividade e resiliência.

    O gerente de recursos humanos, treinamento e desenvolvimento da farmacêutica Prati-Donaduzzi, Luís Pitarello, reforça que a entrega de bons profissionais para áreas como a indústria passa pelo ensino de qualidade nas IES. Se as instituições estiverem próximas das empresas, os benefícios são ainda maiores.

    “Os graduandos naturalmente levam questões do dia a dia do trabalho para dentro do curso, gerando respostas para nossas questões”, destaca. “Essa troca é muito construtiva, pois gera soluções que talvez não fossem pensadas aqui dentro, o que também colabora para manter a empresa competitiva”, afirma Pitarello.

    Trabalhar com a resolução de problemas reais, como pontuou Pitarello, é uma das preocupações da Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (RS). Recentemente, um projeto elaborado pelo Centro de Design, por exemplo, desenvolveu ilustrações e estampas para produtos e projetou um novo espaço para um estúdio de tatuagem da cidade gaúcha.

    Essa é apenas uma das iniciativas tocadas por alunos. Segundo a coordenadora do Centro de Design, Regina Heidrich, são elaborados serviços e produtos em parceria com empresas em áreas como design gráfico, de superfície, de produto e interiores, assim como arquitetura e moda.

    O resultado movimenta a economia local, apoiando a inovação em empreendimentos de todos os portes. “Queremos diversificar, ter criatividade em nossos produtos. Foi o que o Centro de Design trouxe para nós, algo totalmente conceitual, o que nos surpreendeu positivamente”, comemora o sócio-proprietário da Tattoo Arte, Éder Juliano Schaeffer Ferraz.

    Por Renata Cardoso

    Gostou deste conteúdo? Compartilhe com seus amigos!

     Categorias

    Ensino Superior

    Ensino Básico

    Gestão Educacional

    Inteligência Artificial

    Metodologias de Ensino

    Colunistas

    Olhar do Especialista

    Eventos

    Conteúdo Relacionado