Como o afeto ajuda no desenvolvimento cerebral dos bebês

Marinah Nogueira • 18 de agosto de 2021

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit

Acompanhe

    Série “Bebês em Foco” mostra potencial do afeto no desenvolvimento infantil. Crédito: Reprodução/Netflix.

    Se o mundo muda, a maneira como aprendemos também. Nos últimos vinte anos, descobriu-se que um dos períodos mais fundamentais (senão o mais fundamental) da vida do ser humano é a primeira infância. Mas por quê?

    Basicamente, a primeira infância é o período em que o cérebro é moldado de acordo com todas as informações que recebe. Sim, moldado. Segundo psicanalítica britânica Sue Gerhardt – autora do livro “ Por Que o Amor é Importante Como o Afeto Molda o Cérebro do Bebê ”, publicado no Brasil pelo selo Artmed –, o amor nos primeiros anos de vida é importante para os bebês porque reflete positivamente no desenvolvimento cerebral deles.

    Os sentimentos afetivos e as interações com os cuidadores transformam o modo como o pequeno enxerga o mundo. Nesse sentido, carinho, amor e atenção são as chaves para um desenvolvimento pleno.

    Desde os primeiros dias de vida

    É importante propiciar um ambiente confortável para uma criança nos primeiros anos de vida. Se o bebê receber esse suporte dos pais, o cérebro e os sistemas corporais irão desenvolver-se adequadamente. Tudo porque o organismo dedicará toda sua energia ao crescimento.

    Quando um menino ou menina não têm o suporte dos cuidadores, o sistema de alerta e o instinto de sobrevivência é “acionado”. E isso faz com que o desenvolvimento não aconteça da forma que deveria.

    A série-documentário Bebês em Foco , da Netflix, estreou em 2020 e apresentou um trabalho feito por 15 cientistas que estudaram o vínculo entre pais e filhos . Durante os episódios são apresentadas as principais etapas de desenvolvimento do bebê, desde o vínculo inicial com a mãe, a introdução alimentar, as primeiras palavras e os primeiros passinhos.

    É no começo da nossa vida que nossas personalidades são formadas. Por conta disso, ações como brincar, conversar, cantar e passear são fundamentais para criar o vínculo afetivo e ajudar no progresso cerebral e social.

    A atenção, o cuidado, o carinho e a socialização são alguns aspectos de formação da estrutura cognitiva e psicossocial dos pequenos. Sendo assim, o cérebro é estimulado a novas descobertas, como entender e aprender coisas novas.

    Segundo Sue Gerhardt, os bebês são “inacabados” e indefesos. Eles precisam dos seus cuidadores para sobreviver.

    A antropóloga americana Katie Hinde, por exemplo, descobriu a importância da amamentação . Ela aparece no segundo episódio da série Babies e relata parte dos seus estudos. De acordo com Hinde, o leite materno é fabricado de acordo com a necessidade do corpo do bebê. Ou seja, cada criança recebe um leite diferente, feito especialmente para ela. Isso porque a mãe e o bebê possuem conexões por meio de fluidos, trocados na amamentação, e da disposição cerebral que a genitora tem para interpretar os sinais do seu bebê.

    Máxima atenção

    Um obstáculo nesse sentido é como contemplar as crianças com a atenção e o amor que elas merecem. Muitos cuidadores, que têm seus próprios problemas pessoais, acabam não conseguindo alcançar a plena experiência com seus filhos.

    Além disso, algumas situações como violência doméstica ou abuso de substâncias afeta diretamente na saúde e bem estar do bebê. Como, nos primeiros anos, os sistemas em desenvolvimento são altamente sensíveis ao estresse, é importante presentar aos filhos um ambiente seguro e pacífico.

    O sistema imunológico é um dos que mais se desenvolve na fase inicial da vida. As bactérias, vírus e micróbios são um dos problemas que a cadeia imunológica do corpo tem que lidar, mas não é o único. O estresse físico e emocional também é manipulado por esse sistema. As frustrações crônicas podem acarretar no futuro doenças cardíacas ou câncer.

    A melhor maneira de crianças de 1 a 3 anos aprenderem a socializar é observando os adultos e como eles se comportam. Já que a aprendizagem social se dá dentro das relações, a empatia pelos outros se dá através de recebê-la.

    Nutrir sentimentos de amor, compreensão e ternura no início da vida de uma criança, além de essencial, é um dos maiores presentes que ela pode ter. O afeto conduz o bebê a uma existência plena e cheia de novos conhecimentos.

    Por Marinah Nogueira

    Gostou deste conteúdo? Compartilhe com seus amigos!

     Categorias

    Ensino Superior

    Ensino Básico

    Gestão Educacional

    Inteligência Artificial

    Metodologias de Ensino

    Colunistas

    Olhar do Especialista

    Eventos

    Conteúdo Relacionado