Quem é Emilia Ferreiro e como ela revolucionou a educação infantil

Nicoli Silveira • 15 de dezembro de 2022

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    Referência em educação infantil na América Latina, Emilia Ferreiro é uma pesquisadora, escritora e psicóloga argentina que buscou, sob as lentes da psicolinguística, compreender os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler e escrever.

    Nascida em 1936, Emilia formou-se em Psicologia pela Universidade de Buenos Aires. Mais tarde, ela terminou seu doutorado na Suíça, sob orientação de Jean Piaget, seguindo a linha de pesquisa da Psicolinguística Genética.

    O contato com o professor e suas ideias foram determinantes para os estudos e percepção de Emilia acerca da educação e do desenvolvimento cognitivo infantil – um campo que ela mesma viria a revolucionar.

    Referência em educação infantil na América Latina, Emilia Ferreiro é uma pesquisadora que buscou compreender como as crianças aprendem a ler e escrever. Créditos: Acervo Pessoal.

    Emilia Ferreiro e o construtivismo na educação

    Antes de falar sobre os estudos de Emilia, é necessário saber quem foi o suíço Jean Piaget. O trabalho da pesquisadora começou a ser feito a partir das concepções de Piaget sobre a educação infantil.

    Psicólogo, biólogo e filósofo, Jean Piaget foi um grande estudioso do desenvolvimento infantil, fundando a Epistemologia Genética e a Teoria do Conhecimento. Nesse cenário, Ferreiro passou a pesquisar mecanismos congênitos relacionados à leitura e à escrita.

    Com isso, ambos se tornaram grandes figuras da corrente teórica chamada de construtivismo. Essa corrente entende que a aprendizagem não acontece de forma passiva pelo aluno, sendo ele o protagonista da sua jornada em busca de conhecimento.

    Para Ferreiro, as crianças possuem um conhecimento prévio antes mesmo de iniciar o processo de alfabetização. Portanto, elas utilizam a escrita convencional, adaptando-a para sua própria linguagem. Ou seja, tentam interpretar aquele campo da sua maneira.

    “A escrita da criança não resulta de simples cópia de um modelo externo, mas é um processo de construção pessoal”, disse Ferreiro em uma de suas obras.

    O trabalho de pesquisa de Ferreiro foi publicado em diversos livros, como “Psicogênese da Língua Escrita”, “Alfabetização em Processo”, “A representação da linguagem e o progresso da alfabetização”, entre outros.

    Ideias que reverberam através dos anos

    Ferreiro, juntamente com Ana Maria Kaufman e Ana Teberosky, desenvolveu uma série de experimentos que embasaram seus estudos. Porém, em 1977, ela se exilou na Suíça por conta do golpe de Estado que depôs a então presidente da Argentina, María Estela Martínez de Perón, conhecida também como Isabelita Perón, instaurando uma ditadura civil-militar no país.

    Na Suíça, passou a lecionar na Universidade de Genebra, onde iniciou, com a ajuda da também pesquisadora Margarida Gómez Palacio, um estudo sobre as dificuldades de aprendizagem das crianças de Monterrey, no México.

    Em 1979, Emilia Ferreiro se mudou de vez para o México, na companhia do marido, o físico e epistemólogo Rolando García. Desde então, vem publicando livros e realizando experiências na área da alfabetização em diversos países da América do Latina, incluindo o Brasil.

    Atualmente, a pesquisadora tem 85 anos e continua trabalhando na área da Pedagogia. Suas constatações causaram um grande impacto sobre a concepção do processo de alfabetização, inclusive em normas de governos latino-americanos.


    Por Nicoli Silveira

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