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A pandemia provocou diferentes impactos nas instituições de ensino superior (IES) do país. O principal deles talvez tenha sido a adesão ostensiva do ensino a distância (EAD), como forma de respeitar o distanciamento social. Neste momento, porém, o ensino híbrido cresce conforme as IES de retornam à presencialidade.
Nesse processo, não apenas os professores precisaram desenvolver e aperfeiçoar suas habilidades, como também as IES tiveram de adaptar sua infraestrutura para oferecer aulas virtuais de qualidade e um ensino híbrido bem estruturado .O fato é que o ensino remoto e o ensino híbrido farão parte da rotina permanente das universidades .
O fenômeno é percebido pelo número crescente de matrículas em cursos EAD – o que já era tendência antes mesmo da pandemia. É essa, afinal, a preferência dos estudantes universitários.
O levantamento Observatório da Educação Superior: análise dos desafios para 2021 – 4ª edição aponta que 55% dos universitários (de instituições privadas) concordam com a volta às aulas presenciais . Mas não querem que tudo seja como antes. Eles desejam comparecer aos campi apenas em alguns dias da semana e, sobretudo, nas disciplinas práticas que requerem o uso de laboratórios. Nas demais, os estudantes preferem o ensino remoto.
Para que o clamor estudantil seja atendido, algumas adaptações serão necessárias:
A oferta de aulas virtuais exige uma infraestrutura adequada para garantir a qualidade do conteúdo . O Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos (Unifeob) , por exemplo, investiu em câmeras de alta qualidade, computadores e microfones em todos os espaços de aprendizagem (aulas, laboratórios, entre outros).
A instituição de São João da Boa Vista (SP) já contava com um serviço de nuvem para a armazenagem dos conteúdos. Com o início da pandemia, apenas precisou adequar o modelo online, gravando as aulas e fazendo transmissões.
“Em janeiro deste ano, aliamos as plataformas ao espaço físico e conseguimos fazer aulas 360º, ao vivo, presenciais ou gravadas, à escolha do estudante”, completa Reinaldo Moraes, diretor de Sucesso do Estudante do Unifeob.
Mesmo com as mudanças já feitas, o retorno dos alunos deve demandar novas adaptações. Com o aumento do ensino a distância, devem sobrar espaços nos prédios das faculdades . O desafio será ainda maior em instituições públicas, que dependem de investimentos governamentais.
Uma das opções é realocar a estrutura para dar suporte à aplicação de abordagens como a aprendizagem baseada em projetos (ABP), aprendizagem criativa e espaço maker. É essa a sugestão de Adriano Canabarro Teixeira, secretário de educação de Passo Fundo (RS). “Antes da pandemia, muitas instituições já tinham uma realidade de salas de aula com poucos alunos e vazias em alguns turnos da semana. Agora, é urgente ressignificar esses espaços”, aponta.
Ao mesmo tempo, a maior disponibilidade de cursos a distância deve expandir o número de polos no Brasil para oferecer atividades presenciais – que podem ser de até 30% da carga horária nos cursos EAD.
O último Censo EAD.BR , da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), com dados de 2019 (ou seja, não leva em conta os efeitos da pandemia), mostra que mais de 66% das novas unidades foram abertas em cidades nas quais as instituições ainda não atuavam. O fenômeno aumenta a concorrência entre IES, demandando e incentivando a oferta de diferenciais.
Nesse sentido, a capacitação docente também deve ser reforçada. A Faculdade Santo Antônio, localizada no interior de São Paulo, atua com base em tecnologia e inovação do modelo de aprendizagem desde 2018. Ainda assim, planejar o retorno às aulas com parte da turma presencial e outra de forma remota foi desafiador.
Segundo a diretora acadêmica Renata Perrenoud, todos os docentes da IES passam por processo contínuo de formação em metodologias ativas e uso da tecnologia em sala de aula. “Isso contribui diretamente para encurtar as distâncias entre os alunos e praticar o desenvolvimento de competências e a aprendizagem baseada em projetos”.
O mesmo ocorre no UniFOA, de Volta Redonda (RJ). Rafael Teixeira, pró-reitor de Educação a Distância e Tecnologias de Ensino, confirma que as ferramentas digitais facilitaram esse processo.
A internacionalização dos currículos é outra demanda que passa a se impor a partir de agora. Esse ponto foi destacado pela portuguesa Margarida Mano, presidente do Fórum de Gestão do Ensino Superior dos Países e Regiões de Língua Portuguesa (Forges), em um webinar do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no estado de São Paulo ( Semesp ).
Além da abordagem de competências multiculturais nos currículos dos cursos, a ex-ministra de educação de Portugal indicou que as universidades deverão ter mais atenção em seu impacto social em escala global, carecendo dar maior valor a especificidades locais, regionais e nacionais.
A opinião é apoiada por Teixeira, do UniFOA. Ele acredita que as IES precisam incluir processos metodológicos capazes de desafiar, envolver e fazer valer a pena o deslocamento físico dos alunos para os campi. Da mesma forma, as instituições devem se reinventar para formar pessoas capazes de transformar o mundo. “E isto se faz com visão ampliada, processos de antecipação do futuro e criatividade”, finaliza.
Por Larissa Pessi
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