Aprendizagem por competências é tema de novo livro da série Desafios da Educação

Renata Cardoso • 1 de agosto de 2023

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    “Educar significa enriquecer as coisas de significado”, já dizia John Dewey, filósofo e pedagogo estadunidense, considerado uma influência para o pensamento de Paulo Freire.

    O ensino contextualizado e em diálogo com as competências necessárias para desempenhar atividades profissionais e sociais vem sendo defendido por grandes nomes há décadas. Porém, essa perspectiva ainda encontra resistência entre docentes e instituições.

    Microscópio em laboratório escolar, utilizado em atividades de ciências.

    Conteúdo deve apoiar atividades práticas para o desenvolvimento de competências. Crédito: Raphael Pizzino/UFRJ.

    É justamente o debate sobre a aprendizagem por competências (e como colocá-la em prática) o tema central do livro “ Planejamento e Gestão da Aprendizagem por Competências ”, lançamento da série Desafios da Educação.

    Trabalhando as competências

    Retrato de Ana Manuela

    Professora Ana Manuela.

    Para Ana Manuela Ordonez , pró-reitora acadêmica do Centro Universitário  UniAmérica Descomplica e coautora do livro, a aprendizagem por competências é uma forma de trabalhar a formação dos estudantes com ferramentas e metodologias que os preparem para a realidade do mercado de trabalho.

    “Não se trata só da parte técnica, como equivocadamente se pode pensar, mas também do desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como o trabalho em equipe e a reação a situações adversas. Essa proposta tem a intenção de formar alunos para a vida. De desenvolver raciocínio lógico, pensamento crítico, capacidade de comunicação, liderança e criatividade”, pontua Ordonez.

    Dessa forma, na aprendizagem por competências são planejadas e desenvolvidas ações que demandam a mobilização, simultânea e inter-relacionada, dos componentes conceituais, procedimentais e atitudinais envolvendo uma atividade, indo além do ensino meramente transmissivo ou reprodutor de conteúdo.

    Trazendo para a prática

    Professor Fausto Camargo.

    Segundo Fausto Camargo , professor e coordenador do curso de Administração da UniAmérica Descomplica e coautor da obra, um exemplo simples desse tipo de aprendizado seria o processo para tirar a carteira de habilitação: primeiro, são feitas aulas teóricas e uma prova; depois, o estudante mobiliza esses conhecimentos e mostra, na prática, que está apto a dirigir. Só então ele é aprovado.

    “A aula de direção é aprendizagem ativa pura. O professor demonstra como dirigir e em seguida o aluno assume o volante. Aí ele dirige uma, duas, dez vezes, até começar a ficar bom naquilo. Depois de 15 aulas, o instrutor libera o aluno para a prova”, explica Camargo.

    Adquirir a competência na direção do carro exige variáveis comportamentais e procedimentais, além das teóricas. Uma pessoa só estará apta a dirigir se ela articular de forma satisfatória todas essas competências.

    Alterando o currículo

    Para uma adaptação de currículo voltada a uma aprendizagem por competências, o ponto de partida passa a ser o conjunto de competências que o estudante precisa desenvolver, e não o conteúdo que deve ser transmitido em uma determinada disciplina.

    Um passo a passo simplificado para a transformação do currículo seria:

    1. Definir quais as habilidades/competências que a sociedade/mercado espera desse profissional;
    2. Estruturar quais atividades vão ser solicitadas ao estudante que demonstrem que ele desenvolveu essas competências;
    3. Pensar em quais conteúdos oferecem o suporte para o desenvolvimento dessas atividades e, consequentemente, para o desenvolvimento das competências.

    Basicamente, trata-se de inverter a lógica tradicional, que em geral parte da lista de conteúdos que precisam ser “vistos” em sala de aula.

    “Não se trata de ser contra o conteúdo, ou achar que ele não é importante. Pelo contrário: trata-se apenas de modificar a forma como ele é distribuído”, explica a pró-reitora.

    Nessa perspectiva, o papel do professor também muda. Ele deixa de ser o transmissor de conteúdo e se torna um orientador – mediador.

    “Em tempos de ensino híbrido, o conteúdo passa a ser disponibilizado via ferramentas digitais, por meio, por exemplo, das unidades de aprendizagem. Assim, em sala de aula trabalhamos com a aplicação, com a elaboração em cima do conteúdo”, diz Camargo.

    De professor para professor

    De forma geral, a proposta da obra é contextualizar as metodologias ativas e a aprendizagem por competências, trazendo exemplos práticos de como trabalhar cada uma delas, desde o planejamento de atividades até o processo de avaliação.

    “Ele (o livro) vem muito calcado na nossa experiência enquanto professores, de como fazemos na prática. O objetivo é ser uma espécie de farol, dar algumas indicações de como os professores podem usar essas ferramentas em sala de aula, de como fazer um planejamento, por onde começar”, finaliza a docente.

    Editora: Penso
    Ano: 2023
    Páginas: 120
    Preço: R$ 58,50 (impresso) e R$ 46,80 (ebook)

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    Por Renata Cardoso

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