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Com o tema “O futuro do trabalho: a tecnologia como agente de transformação”, o 7º Encontro Nacional da MetaRed TIC Brasil reuniu, na última quinta-feira (12), no Centro Universitário São Camilo, em São Paulo, professores, gestores e profissionais de TI de diversas instituições de ensino superior.
A programação concentrou-se em
entender como a inteligência artificial (IA) e outras transformações digitais estão afetando as carreiras, o mercado e a prática docente — e o que as IES precisam fazer para acompanhar essas mudanças.
A abertura do evento contou com participações de
Lúcia Teixeira, presidente da MetaRed TIC Brasil e do Semesp;
Carlos Ferrara Junior, pró-reitor acadêmico da São Camilo;Fábio José Garcia dos Reis, diretor de Inovação do Semesp; e
Tomás Jiménez Garcia, coordenador da MetaRed Global.
Para
Rafael Alonso, gerente de produtos da Plataforma A, que acompanhou de perto as discussões do evento,
a digitalização é apenas a superfície. Por trás dela, há transformações mais amplas que redesenham relações de trabalho, exigem novas formas de aprendizado e desafiam até mesmo a maneira como nos posicionamos no mundo.
A inteligência artificial já atua como copiloto de profissionais em diversas áreas, ao mesmo tempo em que cresce a atenção das empresas à transformação verde e à presença de múltiplas gerações convivendo no mesmo ambiente de trabalho.
Porém, não basta seguir tendências. As organizações e instituições de ensino precisam rever práticas e preparar gente para lidar com o novo o tempo todo.
É disso que se trata viver em transição.
Ao longo do dia, nomes como
Tatsuo Iwata (ESPM),
Daniel Antonucci (CRM Educacional) e
José Moran (professor, pesquisador e designer de projetos inovadores na educação), destacaram a centralidade das competências comportamentais. Entre elas,
pensamento crítico, criatividade, empatia, resiliência, colaboração e consciência ambiental. A essas, somam-se as competências técnicas, como alfabetização em IA, big data, cibersegurança e cloud, fundamentais para enfrentar um mercado em rápida mutação.
De acordo com
dados do Fórum Econômico Mundial, apresentados ao longo do evento,
40% das habilidades exigidas nas profissões atuais devem mudar nos próximos anos. Ao mesmo tempo, embora se preveja a extinção de 90 milhões de empregos,
estima-se a criação de 170 milhões de novas ocupações — um cenário desafiador, mas com saldo positivo.
Essas transformações colocam as instituições diante de uma questão urgente: como adaptar os currículos para formar pessoas com esse novo perfil híbrido, técnico e humano?
A proposta, segundo vários participantes, é avançar para
modelos de aprendizagem mais flexíveis, práticos, baseados em microcertificações e projetos reais, com espaço para personalização, feedback contínuo e integração entre áreas.
“A IA pode tanto ampliar a eficiência quanto a ineficiência. Tudo depende de como e por quem ela é usada”, resumiu Rafael Alonso. Por isso, cresce a importância de ensinar desde cedo raciocínio lógico, uso estratégico de IA e ética digital. A tecnologia não vem para liberar tempo, mas para trazer mais decisões, mais responsabilidade — e, se bem orientada, mais impacto positivo.
No painel de encerramento, José Moran,
Maurício Garcia (Inteli) e
Ana Valéria Sampaio (STHEM/MetaRed) discutiram o futuro da profissão docente em meio à incorporação de ferramentas de IA. “O professor do futuro precisa dominar metodologias pedagógicas e, ao mesmo tempo, saber lidar com agentes de IA e com o design de experiências personalizadas de aprendizagem”, apontou Garcia.
Ana Valéria destacou que, embora as condições da docência precisem melhorar,
o papel do professor permanece essencial — como mentor, facilitador e guardião do pensamento crítico. É ele quem pode ensinar os estudantes a
avaliar criticamente os conteúdos gerados por IA, entender seus vieses e fazer escolhas mais conscientes.
Mais do que se antecipar à substituição do trabalho humano, o encontro deixou claro que o verdadeiro desafio está em
reimaginar processos, requalificar saberes e reconfigurar o papel das instituições de ensino num mundo que já não pede respostas prontas, mas disposição para revisar as perguntas.
Como lembrou Rafael Alonso, há muitas perguntas em aberto — e talvez a principal delas seja como incluir a IA não só nos currículos, mas na cultura das IES, com
intencionalidade,
criticidade e
propósito. "A grande questão agora é se a IA vai apenas apoiar ou se vai orientar caminhos inteiros de aprendizagem", observa.
Depois de um dia de conversas inspiradoras no 7º Encontro Nacional da MetaRed TIC Brasil,
a equipe da Plataforma A reuniu sete provocações essenciais sobre as transformações em curso.
A seguir, os principais insights que ecoaram ao longo do evento:
Estamos atravessando uma transformação de fundo, que é também cultural, social e geracional. A IA é só a superfície visível de mudanças mais profundas sobre como vivemos e produzimos.
As competências técnicas continuam importantes, mas o que cresce de verdade é a demanda por pensamento crítico, empatia, resiliência, liderança, motivação e inteligência social.
A inteligência artificial pode acelerar resultados ou amplificar falhas estruturais, dependendo de como (e por quem) ela é usada. A pergunta não é "o que a IA pode fazer?", mas “para que e a serviço de quem?”.
Segundo o Fórum Econômico Mundial, 40% das habilidades exigidas no mercado vão mudar nos próximos anos. Isso exige atualização permanente — e mais ainda, humildade para reaprender.
A ideia de uma trajetória linear não faz mais sentido. Hoje, quem navega melhor nesse novo cenário são os profissionais capazes de se adaptar, reinventar e aprender em ciclos.
O tempo de separar o técnico do humano já passou. Currículos precisam ser híbridos, intencionais e críticos, integrando ética, raciocínio lógico, domínio de IA e consciência do mundo.
Mais decisões, mais responsabilidade, mais intenção. A promessa de tempo livre talvez seja ilusória. O que é real é a necessidade urgente de formar pessoas capazes de lidar com complexidade.
O futuro do trabalho não será sobre programar máquinas, mas sobre manter a lucidez enquanto o mundo muda. E isso, segundo Alonso, é missão que começa agora — nas salas de aula, nos laboratórios e, principalmente,
na coragem de reformular o que chamamos de educação.
Por Repórter
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