Transição EaD: como planejar a migração de cursos para o modelo semipresencial

Redação • 10 de julho de 2025

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    Se tem uma modalidade que ganhou protagonismo com a publicação da Nova Política de Educação a Distância, esta foi, sem dúvida, o ensino híbrido. Agora denominado oficialmente ensino semipresencial, o formato passou a ocupar o centro das estratégias acadêmicas das instituições de ensino superior (IES). 


    Mais do que uma simples combinação de aulas presenciais e online, o semipresencial virou uma espécie de ponte regulatória e pedagógica, capaz de equilibrar a flexibilidade da educação a distância (EaD) com a solidez das atividades presenciais — exigidas, em maior ou menor grau, em todos os cursos de graduação. 


    Migrar para o modelo semipresencial exige uma revisão profunda de estratégias e rotinas acadêmicas. E talvez o ponto mais sensível da transição esteja justamente no equilíbrio entre atividades remotas e presenciais. 


    Neste post, o Desafios da Educação traz algumas dicas para que as IES façam essa migração de forma estruturada, eficiente e alinhada às novas diretrizes — sem perder de vista a qualidade da formação e a experiência de aprendizagem do estudante. 


    Redesenhando o percurso formativo 


    O Decreto nº 12.456/2025, que regulamentou o novo marco regulatório da EaD, trouxe uma série de desafios para as IES. Entre eles, a necessidade de revisar formatos de oferta e ajustar os Projetos Pedagógicos de Cursos (PPCs) para atender aos novos parâmetros. 


    Conforme o decreto, os cursos híbridos devem ter pelo menos 30% da carga horária presencial e mais 20% presencial ou síncrona mediada por tecnologia, totalizando no mínimo 50% de interação direta. Por isso, migrar um curso 100% EaD para o semipresencial envolve repensar metodologias, práticas avaliativas e componentes curriculares. 

     

     

    O processo de readequação de PPCs no novo marco regulatório passa por etapas como: 


    • Revisar a matriz curricular, distribuindo adequadamente os momentos presenciais, síncronos e assíncronos; 
    • Planejar atividades práticas que explorem o potencial dos laboratórios físicos e virtuais; 
      Atualizar planos de ensino
      e ementas, deixando claras as formas de interação e avaliação; 
    • Reestruturar a equipe docente, garantindo o papel ativo de professores regentes e mediadores pedagógicos, conforme prevê a legislação. 

    Não se trata, portanto, de uma simples alteração de carga horária. A transição para o semipresencial exige um redesenho completo da experiência do estudante e da atuação docente. 



    Revisando a oferta 


    Para planejar essa migração de forma estratégica e responsável, o primeiro passo é revisar os formatos de oferta e o portfólio de cursos da instituição. Algumas áreas não podem mais ser oferecidas integralmente a distância e deverão obrigatoriamente migrar para o semipresencial ou para o presencial. 


    O modelo semipresencial agora tem percentuais mínimos obrigatórios, que variam por área: 


    • Para Licenciaturas, Matemática, Ciências Naturais e afins: pelo menos 30% da carga horária deve ser presencial, e mais 20% podem ser cumpridos presencialmente ou em atividades síncronas mediadas. 
    • Para Engenharias, Saúde, Agricultura e outras áreas técnicas, o mínimo de carga presencial é de 40% presencial, com mais 20% de atividades presenciais ou síncronas mediadas. 


    Isso significa que cursos que eram 100% EaD nessas áreas precisarão obrigatoriamente migrar para o semipresencial, com carga presencial significativa e atividades síncronas bem estruturadas. 

    Repensando estratégias pedagógicas 


    A readequação envolve repensar as estratégias pedagógicas e entender quais conteúdos e atividades precisam ser vivenciados presencialmente, quais podem ser conduzidos por meio de metodologias ativas em momentos síncronos mediados por tecnologia, e o que permanecerá como conteúdo assíncrono. 


    Os encontros presenciais e síncronos não devem ser espaços meramente expositivos, mas momentos de interação significativa e construção prática do conhecimento. Metodologias como Team Based Learning, estudos de caso e Peer Instruction podem ser boas estratégias para encontros síncronos mediado por tecnologia, promovendo engajamento real entre estudantes e professores. 


    Outro ponto fundamental é a reestruturação das equipes acadêmicas, uma vez que o marco regulatório extingue a função de tutor pedagógico e define claramente os papéis do mediador pedagógico e do professor regente. O novo mediador passa a ser o profissional responsável por conduzir as atividades síncronas mediadas, com formação adequada e limite de 70 alunos por grupo, garantindo interação ativa e controle formal de frequência. 


    • Clique aqui para saber mais sobre as responsabilidades do mediador pedagógico.


    Reconfigurando o papel dos laboratórios físicos e virtuais 


    Outro aspecto central da migração para o semipresencial é garantir espaços adequados para as práticas formativas. O marco regulatório determina que os cursos devem contar com laboratórios presenciais acessíveis aos estudantes, seja na sede da IES ou nos polos. 


    Mas isso não significa que é preciso abandonar o ambiente virtual. Pelo contrário: a combinação de laboratórios físicos e virtuais potencializa a aprendizagem, amplia o acesso e diversifica as experiências formativas. 


    Plataformas de simulação e ambientes imersivos continuam sendo recursos valiosos, desde que integrados aos momentos presenciais. Além disso, o uso de maletas e kits didáticos permite que as IES de menor estrutura física consigam ofertar práticas in loco de qualidade e com um custo operacional muito mais baixo. 


    • Descubra como a prática laboratorial está sendo reinventada na educação a distância com o novo marco regulatório.


    Uma oportunidade de repensar a qualidade 


    A migração da EaD para o semipresencial não deve ser vista como um retrocesso ou uma mera obrigação regulatória, e sim como uma oportunidade concreta de promover experiências de aprendizagem mais significativas. Com planejamento e readaptação da infraestrutura — tanto física quanto tecnológica — essa transição pode fortalecer a credibilidade da IES e gerar impacto positivo na trajetória profissional dos estudantes. 


    Evidentemente, esse processo não pode ser feito de forma improvisada. Em e-book desenvolvido pela Plataforma A, os especialistas Gustavo Hoffmann e Gisele Kruger recomenda que as IES planejem a migração considerando cinco dimensões estratégicas: 


    • Regulatória: revisar credenciamentos, autorizações e recredenciamentos, adequando-os aos novos formatos; 
    • Acadêmica: atualizar PPCs, matriz curricular, metodologias e estrutura das avaliações; 
    • Operacional: mapear polos e infraestrutura existente, organizar a equipe docente e mediadores pedagógicos; 
    • Comunicacional: ajustar o discurso institucional, contratos, campanhas e materiais de captação, garantindo coerência entre o que é prometido e o que será entregue; 
    • Financeira: calcular o impacto financeiro da migração, considerando novos investimentos em polos, laboratórios e avaliações presenciais. 


    Para acessar o conteúdo gratuitamente do e-book, que traz um mapeamento com tudo o que as IES precisam saber sobre o novo marco regulatório, basta se inscrever aqui

    Por Redação

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