O que sabemos sobre o retorno das aulas presenciais, em 5 pontos

Sandra Modena • 9 de setembro de 2020

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    Desde março, quando as aulas presenciais foram suspensas , muito se discutiu e planejou para o retorno (ou não) das aulas presenciais. A definição de uma estratégia que garanta tanto a aprendizagem quanto a saúde dos alunos e professores é um dilema inédito em todo mundo, gerando toda sorte de tumulto e controvérsias.

    Tem educador e profissional da saúde que é contra a volta às aulas. Da mesma forma, há especialistas a favor ou em dúvida sobre a retomada. Seis meses depois que as aulas foram suspensas, reunimos em 5 pontos o que sabemos até aqui sobre o futuro das escolas e universidades.

    1) Onde as aulas voltaram no Brasil

    Dados atualizados pela Fenep , em 5 de outubro, mostram que o retorno das aulas presenciais está autorizado em 12 estados :

    • Amazonas,
    • Ceará,
    • Distrito Federal,
    • Espírito Santo,
    • Maranhão,
    • Mato Grosso,
    • Mato Grosso do Sul,
    • Pará,
    • Rio de Janeiro,
    • Rio Grande do Norte,
    • Rio Grande do Sul.

    Outros estados propuseram data para a reabertura gradual das instituições de ensino – no Acre, as aulas só voltam em 2021. Os demais estados ainda não definiram o calendário.

    O primeiro a retomar as atividades foi o Amazonas, a começar pela rede particular de Manaus, em 6 de julho. De lá para cá, o estado soma mais de 600 professores afastados pois testaram positivo para a covid-19. As aulas, porém, continuam.

    No Maranhão, em agosto, cerca de 50 escolas privadas do Maranhão retornaram. Mas pelo menos três retrocederam, devido a infecção de educadores. Em outras localidades, a decisão foi mais preventiva e os prefeitos optaram pelo cancelamento das aulas presenciais em 2020 . É o caso de Bagé (RS), Mauá, Ribeirão Pires, Santo André e Rio Grande da Serra – em São Paulo.

    2) Risco para a saúde

    O Sars-Cov-2, o coronavírus da atual pandemia, é tão novo que a ciência ainda não consegue dar respostas definitivas quanto ao risco que as crianças têm de contrair, adoecer ou espalhar a doença. Dezenas de estudos de coronavírus surgem todos os dias, “mas nem tudo é boa literatura, e separar o joio do trigo é um desafio ”, disse Megan Ranney, especialista em saúde do adolescente na Brown University, ao jornal The New York Times.  

    Por exemplo: o estudo realizado em junho pela London School of Hygiene and Tropical Medicine sugere que crianças e jovens de até 19 anos são bem menos suscetíveis ao vírus   do que adultos e idosos. Já os pesquisadores do Hospital Nacional Infantil de Washington concluíram que os menores , além de terem uma carga surpreendentemente alta do Sars-Cov-2, também podem transmitir a doença por semanas , mesmo sem sintomas.

    Outro exemplo: um estudo realizado na Coreia do Sul , em julho, sugeriu que crianças entre 10 e 19 anos espalham o coronavírus com mais frequência do que adultos – uma descoberta amplamente divulgada que influenciou o debate sobre os riscos de reabertura de escolas. Mas dados adicionais da equipe de pesquisa , divulgados no mês seguinte, colocam a conclusão em dúvida , pois não estava claro quem estava infectando quem.

    Segundo o Times, os cientistas dizem que o incidente ressalta a necessidade de considerar a preponderância de evidências , ao invés de um único estudo, ao tomar decisões sobre a saúde ou educação das crianças.

    3) O que pensam os brasileiros

    Para a maioria (72%) dos brasileiros das classes A, B e C, os alunos só devem voltar a ter aulas presenciais depois que uma vacina para o coronavírus estiver pronta e disponível. Os dados são de uma pesquisa do Ibope divulgada em 7 de setembro.

    Em agosto, levantamento do  Datafolha  também mostrou que 79% dos brasileiros considera que a pandemia vai se agravar com a retomada das atividades. Pesquisa do PoderData segue na mesma linha: para 76% da população, ainda é cedo para o retorno das aulas presenciais.

    4) MEC flexibiliza ano letivo

    O governo federal dispensou escolas e universidades de cumprirem a quantidade mínima de 200 dias letivos em 2020, em razão da  pandemia de coronavírus.

    Sancionada em agosto, a lei desobriga apenas as instituições de  educação infantil  de cumprir tanto os 200 dias quanto a carga horária mínima de 800 horas exigidos pela LDB, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Já as  escolas de ensino fundamental e médio  terão que cumprir a carga horária exigida, mas ficam desobrigadas de corresponder os dias letivos.

    As instituições de  ensino superior  também  são desobrigadas de cumprir os 200 dias letivos , mas a carga horária prevista da grade curricular de cada curso deve ser cumprida.

    Para pais, alunos e educadores que temem perder o ano letivo, os especialistas têm um recado: a educação em 2020 sofreu prejuízo, mas vai se recuperar; só que de forma não-convencional. A reprovação automática para repetir de ano em 2021 não é recomendada.

    5) Enquanto isso, em Wuhan (e na Europa)

    Na cidade chinesa onde começou a pandemia do novo coronavírus, Wuhan, escolas e jardins de infância reabriram após meses de confinamento. Em Pequim, capital da China, estão sendo testadas pulseiras inteligentes que medem a temperatura e informam aos pais, via aplicativo, caso a criança esteja febril.

    Na França, o retorno das aulas presenciais ocorreu em julho. As atividades seguiram mesmo enquanto o país registrava aumento no número de casos diários de coronavírus, desde o afrouxamento das restrições. Na Dinamarca, um dos primeiros países ocidentais a reabrir, as aulas recomeçaram em abril. Bélgica, Alemanha, Rússia, Polônia, Ucrânia e Inglaterra iniciaram as aulas entre agosto e setembro.


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    Por Sandra Modena

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