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Cerca de 3,9 milhões de pessoas estão inscritas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que irá ocorrer nos dias 5 e 12 de novembro. Entre elas, 1,8 milhão (48,2%) já terminaram o ensino médio e 1,4 milhão (35,6%) irão concluir este ano.
O número de treineiros — estudantes que fazem a prova apenas para testar os conhecimentos — é de 620.250 (15,8%) para os alunos do 1º ou 2º ano e 17.443 (0,4%) para os que ainda estão no ensino fundamental.
Completando 25 anos de existência, o Enem é o maior vestibular e a principal porta de acesso ao ensino superior no Brasil.
O Enem foi implementado em 1998 com o objetivo de medir a proficiência dos alunos com o conteúdo do ensino médio. A participação foi pequena: pouco mais de 157 mil estudantes fizeram a prova. Em 2009, o exame foi adotado pelas instituições de ensino superior (IES) como forma de ingresso nos cursos de graduação.
Ao longo do tempo, ele passou por escândalos de fraude e vazamento de provas. Também foi motivo de discussões políticas diante de supostos discursos ideológicos inseridos nas questões do exame.
Além disso, fracassou uma tentativa de se implantar o Enem Digital. O principal motivo foi o alto custo — enquanto o Enem tradicional custou R$ 160 por aluno em 2022, no digital a cobrança era de R$ 860. A proposta teve baixa adesão e acabou sendo descartada pelo governo.
Nos seus tempos de glórias, em 2014, o exame chegou a ter quase 9 milhões de inscritos. Nas últimas duas edições, entretanto, foram pouco mais de 3 milhões.
Hoje, o Enem busca recuperar o prestígio, a relevância e a grandeza que já teve no passado. Isso em meio as polêmicas envolvendo as mudanças no currículo escolar e a queda no número de inscritos registrada nos últimos anos.
Em fevereiro deste ano, o governo decidiu suspender o cronograma do Novo Ensino Médio , que traz mudanças na grade curricular e oferta de disciplinas optativas em todas as escolas do País, e que deveriam refletir já na edição do Enem de 2024.
Completando 25 anos, o Enem é o maior vestibular e a principal porta de acesso ao ensino superior no Brasil. Crédito: Agência Brasil.
Confira as mudanças do Enem ao longo dos seus 25 anos:
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A queda no número de inscritos no Enem ao longo dos anos tem sido um desafio significativo para o exame. Em 2016, o exame registrou um recorde de 8,6 milhões de inscritos. Desde aquele ano, esse número tem apresentado uma tendência de diminuição gradual.
Um conjunto de fatores complexos tem contribuído para essa redução. A crise econômica que começou em 2015 trouxe incertezas financeiras para muitas famílias, tornando o investimento em educação superior uma decisão difícil para alguns.
“A pandemia também amplificou essas incertezas, afetando ainda mais a perspectiva dos estudantes em relação ao seu futuro acadêmico”, aponta Erick Nery, coordenador de pré-vestibular do colégio e curso Pensi.
Também é importante destacar que iniciativas federais, como o Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa Universidade Para Todos (ProUni), que foram concebidas para apoiar estudantes de baixa renda, enfrentam desafios em sua eficácia.
“O Fies precisa de reformulações para atender adequadamente às necessidades dos estudantes. Já o alcance do ProUni, embora valioso, é modesto em comparação com a demanda”, aponta Nery.
Outro fator importante é a entrada precoce de jovens no mercado de trabalho informal, muitas vezes devido à necessidade financeira, o que dificulta a continuidade dos estudos. “Essa realidade é agravada pela falta de um sistema robusto de acompanhamento educacional no País, resultando em muitos estudantes abandonando a busca pelo ensino superior”, defende o coordenador de pré-vestibular.
É importante destacar que, desde 2017, o Enem deixou de oferecer o certificado de ensino médio. A medida pode ter influenciado a decisão de alguns estudantes em não participar do exame — essa opção de certificação era uma motivação para muitos.
O Enem desempenha um papel importante na distribuição de bolsas de estudo e financiamento estudantil. Não é possível se candidatar a uma vaga na graduação pelo ProUni, Sisu ou Fies sem fazer a prova.
Várias instituições de ensino superior privadas também adotam o exame como parte de seus processos seletivos. Isso dá aos estudantes a oportunidade de escolher entre uma variedade de instituições e cursos com base em seu desempenho no Enem.
Vale destacar que em alguns países, principalmente Portugal, têm acordos bilaterais com o Brasil que permitem o uso da nota do exame como parte do processo de seleção para universidades estrangeiras. As notas do Enem são aceitas em mais de 50 instituições de educação superior portuguesas atualmente.
Apesar dos desafios, o aumento de 8,2% no número de inscrições em 2023 em relação a 2022 é uma indicação positiva de que medidas estão sendo tomadas para reverter a tendência de queda. No entanto, segundo Nery, é essencial que o governo continue a promover políticas de acesso e permanência no ensino superior.
“Também é fundamental repensar o modelo do ensino médio e como esses alunos chegam no dia da prova”, afirma. Ou seja, além de recuperar a credibilidade no Enem, é preciso preparar de forma eficiente os seus candidatos.
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Por Danielly Oliveira
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