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O Instituto Campus Party (ICP) inaugurou, em Salvador, seu primeiro laboratório Include de robótica avançada. Fruto de uma parceria com a Algetec e o Goethe-Institut Salvador-Bahia, o espaço funciona no ambiente criativo KreativLab e oferece formação gratuita a crianças e adolescentes de 8 a 18 anos em tecnologia, inteligência artificial e cultura maker.
Com duas aulas semanais em quatro turmas de 15 alunos, o projeto contempla jovens de diversos bairros de Salvador, incluindo
20 estudantes da comunidade pesqueira da Gamboa de Baixo. A proposta é ampliar o acesso à educação tecnológica em territórios periféricos, reforçando o compromisso do
Include com a inclusão social e digital.
A estrutura do laboratório inclui impressoras 3D de resina, cortadora a laser, drones com capacidade de mapeamento 3D, óculos de realidade virtual e aumentada, máquina CNC Router, kits de robótica, além de recursos audiovisuais como estúdio de podcast, filmadora 360° e lousas digitais. Há ainda um espaço de convivência, laboratório de eletrônica e acervo literário.
“O Include tem se mostrado uma ferramenta poderosa de transformação social. Estamos felizes em ampliar essa atuação na Bahia, onde o programa começou”, conta
Sidiane Zanin, diretora do Instituto Campus Party.
Desde 2018, a iniciativa já implantou laboratórios em Canudos, Lauro de Freitas, Pernambués, Bairro da Paz, Alagoinhas (na
UNEB) e Nordeste de Amaralina. Cada unidade acumula mais de 800 horas de aulas e já impactou diretamente centenas de jovens no estado.
Na última edição da
Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR), alunos do Include em Salvador foram premiados na categoria Design com um robô totalmente idealizado e montado pela equipe.
“Foi uma experiência inesquecível para alunos e monitores. Ao longo do processo, aprenderam juntos: desde entender como funciona a competição até construir o projeto. Mas o mais importante, como eles mesmos disseram, foi perceber que são capazes”, ressalta Sidiane.
Esse tipo de conquista é fruto de uma formação pensada para ir além do conteúdo técnico. As aulas acontecem no contraturno escolar e seguem metodologias ativas, com foco prático. Enquanto aprendem a programar, montar circuitos e desenvolver projetos com ferramentas digitais, os estudantes também são incentivados a refletir sobre o papel da tecnologia na sociedade.
O impacto do programa pode ser percebido nos dados. No laboratório Include do Nordeste de Amaralina, por exemplo, 94% dos estudantes se identificam como pretos ou pardos. Quase metade vive em famílias com renda de até um salário mínimo, o que evidencia o alcance social do projeto.
Além de capacitar, cada laboratório funciona como um ecossistema de inovação e criatividade, em diálogo com movimentos globais de educação tecnológica e protagonismo juvenil.
Para Francesco Farruggia, presidente de honra da Campus Party, a essência do Include está em reconstruir a autoestima de crianças e adolescentes que, muitas vezes, não se reconhecem como sujeitos do futuro digital.
“Quem tem tudo à disposição não precisa imaginar tanto. A criatividade mais potente eu vejo no menino do sertão, que precisa encontrar saídas todos os dias para seguir em frente”, afirmou em entrevista ao
Desafios da Educação.
Ao instalar o primeiro laboratório em Canudos, a equipe do Instituto Campus Party teve que levar internet para a cidade antes mesmo de começar a ensinar robótica. Desde então, o projeto prioriza
formação técnica com escuta ativa e respeito às realidades locais. Por isso, os monitores são jovens da mesma idade, comunidade e condição dos aprendizes.
“Um engenheiro de fora pode até dominar o conteúdo, mas dificilmente entende a lógica da ausência quando há um tiroteio na rua. Monitores da própria comunidade sabem lidar com isso e seguem em frente, oferecendo reforço quando é preciso”, explica.
Farruggia também acredita que, na era digital,
o perfil mais valorizado é o do jovem criativo, ousado, que pensa fora da curva. Para ele, formar estudantes obedientes e aplicados — os famosos “CDFs” — não responde às necessidades do mundo atual.
“Hoje, o que se busca é alguém que invente, não que repita. E, muitas vezes, esse alguém é justamente quem chamam de maluco”, diz, em tom de brincadeira.
Além de habilidades técnicas, os laboratórios promovem discussões sobre racismo, machismo, direitos digitais e ética na inteligência artificial. Farruggia vê a educação como instrumento de liberdade — e o Include, como uma ferramenta de acesso.
“Nosso papel não é oferecer soluções completas. É criar oportunidades para que cada jovem descubra que esse mundo pode ser dele também.”
Por Redação
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