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25 de julho é o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A data nasceu em 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana, durante uma convenção que propunha a união entre as mulheres negras da região no combate ao racismo e ao machismo.
Assim como o Dia Internacional da Mulher (8 de março), o 25 de julho não é voltado às comemorações. O propósito da data é fortalecer as organizações dedicadas às mulheres negras e reforçar seus laços, trazendo mais visibilidade para sua luta e pressionando o poder público.
No Brasil, a data é celebrada conjuntamente com o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela comandou a estrutura política, econômica e administrativa e liderou a resistência do quilombo Quariterê até ser morta em uma emboscada no século 18.
A seguir, o Desafios da Educação traz uma lista de quatro livros escritos por mulheres negras latino-americanas e caribenhas para serem lidos em sala de aula:
Em um dos mais importantes romances memorialistas da literatura contemporânea brasileira, a linguista e escritora brasileira Conceição Evaristo traduz a complexidade humana e os sentimentos profundos dos que enfrentam cotidianamente o desamparo, o preconceito, a fome e a miséria. Com lirismo e delicadeza, “Becos da Memória” abre a oportunidade para discutir questões profundas da sociedade brasileira.
A cubana Tereza Cárdenas tornou-se escritora após ficar frustrada com a ausência de personagens negras em livros infantis. Não por acaso, “Cartas para a Minha Mãe” é narrado por uma menina negra que, após perder a mãe, vai morar com familiares que a incentivam a disfarçar sua cor para ficar mais parecida com uma pessoa branca. Com seu outro livro publicado no Brasil, “Cachorro Velho”, Cárdenas venceu o Prêmio Casa de las Américas na categoria literatura para crianças e jovens.
Françoise Ega nasceu na Martinica, um território ultramarino francês que faz parte das Pequenas Antilhas, no Caribe. Depois de ler um texto sobre Carolina Maria de Jesus, Ega começou a escrever cartas à autora brasileira. Daí nasce “Cartas a uma negra”, um conjunto de relatos do cotidiano de trabalho e exploração de mulheres negras caribenhas que viviam na França.
A filósofa, ativista e escritora Djamila Ribeiro trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos em onze capítulos curtos. Assim, o “Pequeno manual antirracista” apresenta caminhos para que os alunos aprofundem a percepção sobre o racismo estrutural e assumam a responsabilidade pela transformação social.
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A literatura e a educação infantil, com uma linguagem leve e adequada ao imaginário das crianças, colaboram para que os assuntos mais complexos sejam discutidos com os jovens. É o caso do respeito às diferenças e o combate ao racismo.
“Quanto mais cedo começarmos a trabalhar com as crianças sobre violência, racismo, machismo, sobre a importância de olhar para esse tripé que é gênero, raça e classe social, mais fácil fica para que no futuro tenhamos pessoas mais conscientes da sociedade em que vivem”, defende a pedagoga e doutora em Diversidade Cultural e Inclusão Social, Vitória Santos.
De acordo com Santos, com as ferramentas certas, todo tipo de assunto pode ser abordado em sala de aula. Por isso, a pesquisadora indica três obras escritas por mulheres negras para exaltar a beleza e a diversidade em sala de aula, todos os dias do ano. Confira abaixo:
Publicada originalmente em 1999 em forma de poema rimado e ilustrado , esta delicada obra apresenta diferentes penteados e cortes de cabelo de forma positiva, alegre e elogiosa.
Mulheres, incluindo crianças, sofrem tentando se encaixar em padrões inalcançáveis de beleza. Para as garotas negras, o peso pode ser ainda maior pela falta de representatividade na mídia e na cultura popular e pelo excesso de referências eurocêntricas, de pele clara e cabelos lisos.
Nesse sentido, Meu crespo é de rainha é um livro que enaltece a beleza dos fenótipos negros, exaltando penteados e texturas afro, servindo de referência à garota que se vê ali representada e admirada.
O sonho de Bintou, uma menina africana, é ter tranças como todas as mulheres mais velhas de sua aldeia. Mas, como ainda é criança, tem de se contentar com os birotes. A autora Sylviane A. Diouf criou uma delicada história sobre a angústia do rito de passagem e o aprendizado do crescimento
As ilustrações de Shane W. Evans reforçam beleza, tradição e encantamento da cultura africana. Um belo exercício de respeito à pluralidade cultural e ao amadurecimento.
Sulwe significa estrela. Quem não gostaria de ter um nome desses e brilhar feito um astro celeste? Para Sulwe, nada disso tinha importância porque ela não tinha amigos. A personagem queria mesmo era brilhar como outro astro: o sol, radiante feito a luz do meio-dia.
Entristecida por ter a pele escura feito noite, a menina não se parecia com ninguém de sua família e as outras crianças zombavam dela. Decidida a clarear sua pele, a pequena tentou de tudo: a maior borracha que tinha, alimentos de cor clara e até a maquiagem de sua mãe.
Após não ter sua oração atendida por Deus, a menininha abre seu coração para sua mãe que apresenta a ela a mais bela história sobre ter orgulho de si mesma. Já que seu nome significa estrela, seu brilho e beleza estavam nela própria.
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Por Renata Cardoso
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