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A próxima avaliação quadrienal dos programas de pós-graduação (PPGs) stricto sensu do Brasil inicia em 2022. E este ciclo terá novidades. A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) implementará o modelo de avaliação multidimensional , baseado no sistema europeu U-Multirank.
A principal diferença é que, até então, os cursos de mestrado e doutorado recebiam uma nota única que privilegiava indicadores quantitativos de pesquisa e ensino. Daqui para frente, os programas serão classificados em cinco dimensões , ampliando a gama de critérios qualitativos e alinhando a pós-graduação nacional aos resultados internacionais.
Para a consultora da Plataforma A , Daiane Folle, as mudanças propostas pela Capes são positivas. “É um novo olhar que vai exigir mais justificativas a respeito da relevância e capacidade de inovação das pós-graduações”, afirma. “Elas precisam se reestruturar para definir qual é a sua essência e como podem gerar pesquisas que de fato vão impactar na sociedade.”
O Brasil possui, atualmente, mais de 4 mil programas de mestrado e doutorado em atividade.
A boa notícia é que as fichas de avaliação estão mais claras. Isso deve facilitar o preenchimento e dar mais transparência sobre o posicionamento dos PPGs . Inclusive, um dos objetivos do modelo avaliativo é reconhecer as diversidades, vocações e qualidades dos cursos.
Outras demandas são inéditas. Dentro dos tópicos listados acima, aparecem questões relativas ao planejamento estratégico e políticas de autoavaliação e acompanhamento de egressos, por exemplo.
No caso da autoavaliação , será preciso escutar todos os entes envolvidos: professores, alunos, egressos, corpo técnico administrativo e parceiros externos. Já o acompanhamento de egressos fará com que as pós-graduações tenham responsabilidade pela trajetória dos alunos formados.
Segundo Folle, a avaliação multidimensional da Capes vai aumentar o diálogo entre os PPGs e suas instituições de ensino superior (IES), assim como entre os próprios programas. A ideia é construir estratégias coletivas e eficientes para responder às novas demandas.
“As IES têm de se comprometer com os programas, dizer o que esperam deles e como darão suporte para que eles se articulem”, explica. “Esse olhar institucional passa por definir, por exemplo, qual será o perfil de alunos e quais tipos de relacionamento nacional e internacional serão estabelecidos”.
Os programas de pós-graduação entrevistados pelo Desafios da Educação são simpáticos às mudanças. A expectativa é que a avaliação multidimensional possa melhorar a gestão dos PPGs.
O coordenador do mestrado profissional em Administração, da Fundação Dom Cabral (FDC), Samir Lófti , entende que os programas terão que promover uma harmonia entre diferentes objetivos estratégicos. Será necessário equilibrar, por exemplo, entre produções bibliográficas e tecnológicas; de autoria de docentes, alunos e egressos; com impacto em áreas como inovação, sustentabilidade e internacionalização.
“Isso favorece a sustentação dos programas no médio e longo prazo. Também permite às instituições gerar impacto mais positivo junto às suas partes interessadas”, projeta o professor Lófti.
A coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ciências Aplicadas à Hematologia (PPGH), da Universidade do Estado do Amazonas, Andréa Monteiro Tarragô, concorda. “As mudanças são benéficas, pois trarão dados mais realísticos sobre o contexto de atuação dos PPGs e o quanto eles podem contribuir com a sociedade”.
Para se adequar a essa realidade, o PPGH buscou apoio de uma consultoria e formou uma equipe de autoavaliação. A intenção é definir quais são os pontos fundamentais para a avaliação do programa e resgatar dados e informações sobre a sua atuação.
“Ao mesmo tempo, criamos estratégias para acompanhamento dos egressos e divulgação da ciência, utilizando, por exemplo, ferramentas de redes sociais”, conta Tarragô.
Na FDC, o mestrado em Administração montou um calendário anual como preparação para a avaliação multidimensional. Estão envolvidos no processo gestores da IES, coordenadores do curso, professores, alunos e egressos.
Dessa maneira, são desenvolvidos guias de planejamento estratégico, com objetivos, metas e indicadores articulados entre si. Por fim, as ações prioritárias são construídas com base em fatores como tendências do mercado e a cultura programa.
“Essa sistemática anual visa garantir que o planejamento e a gestão da estratégia do PPG sejam adaptáveis e estejam articulados com o planejamento estratégico da IES”, explica Lófti.
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