Modelo de Kolb: os estilos de aprendizagem com base em competências pessoais

Daniel Sanes • 31 de março de 2023

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    Cada aluno se adapta melhor a um tipo de aprendizagem. As formas de absorver o conhecimento variam conforme as competências e habilidades individuais – ou seja, não existe um modelo “certo” ou “errado”, e sim o que se adequa melhor ao perfil daquela pessoa.

    O aprofundamento nos debates sobre a personalização do ensino tem mostrado que explorar diferentes abordagens ajuda a tornar esse processo mais fluido para os estudantes. É possível estabelecer práticas pedagógicas que estimulem as potencialidades individuais dos alunos e, ao mesmo tempo, promovam a integração entre eles.

    Já falamos sobre o método Vark, proposto pelo pesquisador neozelandês Neil Fleming em 1992, o qual classifica os estilos de aprendizagem em quatro tipos: visual, auditivo, leitura e escrita e cinestésico. Neste artigo, abordaremos outro sistema, conhecido como o modelo de Kolb.

    Gostar de experimentos e atividades práticas pode indicar um perfil acomodador. Crédito: Marcos Santos/USP Imagens.

    O ciclo de Kolb

    Baseado em um ciclo, o modelo de Kolb começou a ser desenvolvido ainda na década de 1970. Em seus estudos, o professor universitário norte-americano David Allen Kolb buscava entender de que forma as pessoas aprendiam, não somente no âmbito escolar, mas também no contexto corporativo.

    Para o pesquisador, os estilos de aprendizagem são uma condição duradoura e invariável, na qual os indivíduos compreendem as informações. O perfil de cada um seria definido por meio de comportamentos, interesses, aptidões e dimensões da personalidade, como destaca o artigo acadêmico Estilos de Aprendizagem e desempenho acadêmico: um estudo com discentes dos cursos de Administração e Ciências Contábeis”.

    Após anos de estudo, em 1984, Kolb estabeleceu um modelo de aprendizagem experiencial denominado Inventário de Estilos de Aprendizagem ( Learning Style Inventory ). Como aponta o artigo “Estilos de aprendizagem: um estudo comparativo” , ele é centrado no indivíduo, que desenvolve algumas habilidades de forma mais acentuada que outras.

    Para saber qual é o seu perfil, a pessoa precisa passar por quatro estágios:

    1. Experiência concreta
    2. Observação reflexiva
    3. Conceituação abstrata
    4. Experimentação ativa

    De forma sintética, pode-se dizer que a experiência concreta ocorre quando o indivíduo vivencia uma nova experiência. A partir disso, pensa sobre o que aconteceu (e por que aconteceu), o que representa a fase de observação reflexiva. Em seguida, tira lições desse episódio, de forma a saber como agir caso ele aconteça novamente –  etapa considerada como a de conceituação abstrata. Por fim, através da experimentação ativa, coloca em prática os novos conhecimentos adquiridos.



    Perfis e habilidades

    Com base nesse processo, Kolb identificou que as pessoas têm duas habilidades dominantes. Combinadas, essas competências originam quatro estilos de aprendizagem:

    • Divergente
    • Assimilador
    • Convergente
    • Acomodador

    Conheça cada um deles:

    Divergente – Alunos com esse perfil têm como habilidades predominantes a experiência concreta e a observação reflexiva. Conseguem enxergar diferentes perspectivas de um acontecimento e tendem a se sair bem em situações que exigem novas ideias. Preferem observar a fazer, usando a imaginação para resolver problemas. Estudantes com o estilo divergente preferem trabalhar em grupo e são receptivos a feedbacks.

    Assimilador – A conceituação abstrata e a observação reflexiva são as principais características dos estudantes com esse perfil. Gostam de teorias com embasamento lógico e de reunir fatos e organizá-los de forma concisa e integrada. Este estilo é muito associado a carreiras ligadas à informação e à ciência. Em situações formais de aprendizagem, são alunos que preferem aprender por meios analíticos, como leituras e palestras.

    Convergente – Esse perfil é mais inclinado à conceituação abstrata e à experimentação ativa. São pessoas que buscam a aplicação prática das ideias, gostam de resolver problemas e tomar decisões. O estilo de aprendizado convergente está associado a habilidades especializadas e tecnológicas. Aulas práticas e experiências em laboratório são as preferidas desses alunos.

    Acomodador – Por último, temos as pessoas cujas habilidades principais são a experiência concreta e a experimentação ativa. O aprendizado é mais prático e não se baseia na lógica, mas na intuição e na busca de oportunidades e experiências. Os indivíduos com esse perfil não têm medo de correr riscos e se adaptam facilmente a mudanças. Atividades práticas e gamificadas atraem mais facilmente os alunos com esse perfil.

    Em sala de aula

    Tanto o ciclo quanto os perfis de aprendizagem sugeridos por Kolb são formas de ajudar o sistema educacional a lidar com diferentes perfis de alunos. Aplicar o questionário Kolb, como este, disponibilizado em português , pode ser um bom começo.

    Mas o método não é limitante: estudantes com determinadas habilidades podem aprender de forma mais eficaz ao identificar seus estilos menos preferidos e pelo fortalecimento deles, como sugere o portal SymplyPsychology.

    A missão dos educadores é conduzir os alunos através dessa jornada, adotando atividades, ferramentas e metodologias ativas que possibilitem explorar todas as habilidades dentro do ciclo. Nesse sentido, o modelo de Kolb pode se tornar um aliado na tarefa de tornar o ensino menos burocrático, com o estudante no centro do processo de aprendizagem.


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    Por Daniel Sanes

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