Quem foi Ken Robinson e por que ele defendia uma escola mais criativa

Renata Cardoso • 26 de outubro de 2022

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    Autor, palestrante e consultor sobre inovação na educação, o inglês Ken Robinson colecionou diversos feitos ao longo de seus 70 anos de vida.

    Talvez você não o conheça pelo nome, mas provavelmente escutou algo sobre suas ideias. Em 2006, ele fez a conferência mais assistida da história na série TED.

    A palestra Do Schools Kill Creativity ? (As escolas matam a criatividade?), em que Robinson convida o público a refletir sobre o sistema educacional e o desperdício de talentos, tem mais de 73 milhões de visualizações.

    Apesar de curto, o vídeo dá uma amostra do pensamento do autor, que publicou livros considerados referência no setor educacional, como “ Escolas criativas: a revolução que está transformando a educação ” e “ Você, seu filho e a escola: trilhando o caminho para a melhor educação ”.

    Carreira de Ken Robinson

    Nascido em Liverpool, na Inglaterra, Ken Robinson teve poliomielite aos quatro anos de idade, o que o deixou com algumas sequelas motoras e o levou a ser matriculado em uma escola de educação especial – fato marcante em sua vida, pois foi nessa escola que passou a se destacar intelectualmente.

    Robinson foi professor emérito da Universidade de Warwick, na Grã-Bretanha, e conselheiro preferido de governos, empresas, sistemas de educação e organizações culturais de ponta, sendo, inclusive, condecorado pela rainha Elizabeth II.

    Em 1999, comandou uma comissão sobre criatividade, educação e economia para o governo britânico que levou à publicação do documento “ All our futures: creativity, culture and education ” (“Todos os nossos futuros: criatividade, cultura e educação”, em tradução livre), conhecido como o Relatório Robinson.

    Além disso, liderou projetos nacionais e internacionais de educação criativa em países da Europa, Ásia e nos Estados Unidos.

    Nas últimas duas décadas de vida, Robinson, falecido em 2020, conquistou seguidores em todo o mundo por acreditar que as crianças nascem curiosas, com talentos naturais que devem ser desenvolvidos pelas escolas.

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    Criatividade

    Em uma entrevista concedida ao jornal Zero Hora, em 2019, Robinson definiu a criatividade como “o processo de ter ideias originais que têm valor”. Para ele, a criatividade ajuda a definir o que é ser humano.

    “Criatividade é colocar a sua imaginação a trabalhar, fazer as coisas acontecerem, criar novos objetos, novas ideias, novas teorias, novos designs. Acho que a criatividade é a imaginação aplicada”, disse.

    Segundo o autor, todas as pessoas possuem capacidades diversas que, muitas vezes, não são estimuladas na escola. Ele costumava criticar o sistema de educação dito tradicional, que não trabalha as habilidades e os talentos das crianças.

    Robinson acreditava que um dos maiores problemas do setor é a chamada “industrialização da educação”, com foco em uma qualidade medida por testes de padronização – e não pelas reais capacidades dos estudantes, que podem ser múltiplas.

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    O sistema ideal

    Na visão de Ken Robinson, a escola deveria ser vista como uma comunidade de aprendizes, com ótimas relações entre estudantes e professores.  Além disso, deveriam dar tanta importância para as disciplinas humanas quanto para as exatas.

    “Deve haver um equilíbrio no currículo entre as artes, as ciências, as humanidades e a educação física. Em nossas vidas, todas as disciplinas interagem umas com as outras. […] Por que algumas das escolas de maior sucesso trabalham baseadas em projetos práticos e não no estudo clássico?”, questionou durante a entrevista.

    Segundo o autor, uma formação de qualidade deveria estimular a criatividade, a curiosidade, a compaixão e a colaboração.  Essa seria, na visão de Robinson, a alternativa para a construção de um futuro mais satisfatório para cada indivíduo e mais eficiente para a sociedade como um todo.

    Por Renata Cardoso

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