Volta às aulas: como garantir a retenção dos estudantes no início do ano letivo?

Atrair novos alunos é fundamental para assegurar o crescimento de uma instituição de ensino superior (IES). No entanto, ao se concentrar na captação de matrículas, muitos gestores acabam deixando de lado um aspecto importante para a sustentabilidade financeira de universidades e faculdades: a retenção dos estudantes.

Manter os discentes matriculados e engajados até a conclusão do curso é um dos principais desafios das instituições educacionais. Mas as recompensas vão além da questão econômica.

Uma alta taxa de retenção é um indicador de sucesso da IES – o que, na prática, significa atrair candidatos mais bem qualificados e aumentar seu nível de competitividade no mercado. E, para ter mais eficácia, esse processo deve ser implementado desde o primeiro dia de aula ou até mesmo antes, no período de matrícula.

Como o ano letivo já teve início ou está começando na maioria das instituições privadas, o Desafios da Educação traz algumas dicas para reter os alunos na sua IES. Segue o post para saber mais!

Instituições de ensino devem engajar os alunos desde o primeiro dia de aula para evitar o risco de evasão. Crédito: Marcos Santos/USP Imagens.

Nos últimos anos, o número de matrículas no ensino privado tem registrado grande crescimento, especialmente na educação a distância (EaD). O problema é que a maioria dos estudantes não termina a graduação. Entre os mais diversos, destacam-se:

De acordo com a mais recente edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, a evasão na rede privada chega a 31% no presencial e a 36,6% na EaD. A taxa de conclusão de curso, medida entre 2017 e 2021, é de apenas 27,7%, enquanto a de desistência é de alarmantes 59%.

Levando em consideração que as IES privadas concentram 76,9% da oferta de graduação no País (mais de 6,9 milhões de matrículas), pode-se concluir que a evasão gera um enorme desperdício de recursos e investimentos no sistema educacional – além, é claro, da perda de oportunidades para os estudantes.

Para evitar esses potenciais danos, é preciso adotar algumas estratégias de retenção. Falaremos dela a seguir.

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Lembre-se do famoso ditado: “a primeira impressão é a que fica”. Se o estudante não se sentir acolhido logo de cara, isso pode influenciar, lá na frente, na decisão de permanecer na sua IES ou migrar para a concorrência. Organizar atividades de boas-vindas e eventos de integração ajuda os alunos a se sentirem parte da comunidade acadêmica.

Uma forma de conquistar os estudantes é promover a diversidade e a inclusão, por meio de uma cultura institucional que valorize diferentes origens, identidades e perspectivas dos estudantes. Mas não basta ficar no discurso: é necessário criar espaços seguros e inclusivos onde todos se sintam respeitados.

Estabelecer uma comunicação transparente é uma forma de fazer com que os alunos se mantenham atualizados sobre novidades, mudanças no currículo, eventos acadêmicos e oportunidades de estágio, entre outros aspectos relevantes para o semestre letivo. Isso só é possível se a IES disponibilizar múltiplos canais, permitindo que o estudante escolha o que mais lhe agradar.

E não esqueça: a comunicação deve ter empatia. Faça com que o aluno saiba que a instituição está ali para orientá-lo na resolução de eventuais dificuldades de sua rotina acadêmica.

Um dos maiores receios dos estudantes é o de fazer um curso de graduação e depois não conseguir trabalhar. A melhor maneira de diminuir a apreensão deles é promover eventos – palestras, cursos e workshops, por exemplo – com profissionais formados pela instituição que hoje estão bem colocados no mercado. Essa experiência ajudará a mostrar aos alunos que eles também têm potencial para atingir esse patamar.

Estabelecer parcerias com empresas da região onde a base da IES está localizada, viabilizando oportunidades de estágio e empregos para recém-formados, também é um grande estímulo para os estudantes. Essas políticas devem ser divulgadas massivamente para impulsionar tanto a retenção quanto a captação de novas matrículas.

Um ponto sensível – não só para os estudantes, mas também para a IES – é o dinheiro. Embora dependa das mensalidades para se manter, a instituição deve demonstrar certo “jogo de cintura” para evitar a perda de um aluno com dificuldades financeiras.

Oferecer bolsas de estudo e outras formas de auxílio pode ajudar esse estudante a não abandonar o curso no primeiro percalço. Se possível, proponha opções flexíveis para o pagamento das mensalidades, como parcelamento, prazos estendidos e isenção de taxas.

Mas, antes de chegar a uma situação de inadimplência, é possível trabalhar outras estratégias de retenção. Entre elas, fornecer orientação individualizada sobre planejamento de gastos, formas de empréstimo e acesso a programas externos de financiamento.

Se a EaD já responde pela grande maioria das matrículas no ensino superior, nada mais lógico do que sua IES investir nesse formato. Na verdade, a grande tendência – já em consolidação – é o ensino híbrido , que reúne o melhor dos ensinos presencial e a distância.

Trabalhar com esse modelo é essencial para garantir o engajamento do aluno, já que ele vai ter acesso a toda a infraestrutura física da instituição, com a possibilidade de colocar a mão na massa. Ao mesmo tempo, por meio das plataformas digitais e metodologias ativas , poderá criar a própria trilha de aprendizagem e fazer as aulas em seu ritmo.

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