Políticas públicas como fundamento de transformação

Renata Perrenoud • 24 de junho de 2024

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit

Acompanhe

    Penso que a discussão para realmente transformarmos o nosso modelo educacional tem que ser muito mais profunda e abrangente. Tem sido uma reflexão recorrente, considerando o momento de necessidades urgentes do mercado.

    É preciso haver direcionamento e metas, ou seja, precisamos de políticas públicas que direcionem essa transformação . Essas ações são essenciais para o desenvolvimento da sociedade, sendo um conjunto de leis que regulamentam e servem como diretrizes adotadas pelo governo para resolver problemas públicos e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. A implementação eficaz de políticas públicas exige planejamento, recursos e, principalmente, um conhecimento profundo das necessidades e realidades da população, visando promover justiça social e equidade.

    Ao focarmos na área educacional, as políticas públicas desempenham um papel essencial para garantir acesso universal e igualitário ao ensino de qualidade.

    Elas são responsáveis por estabelecer currículos, definir padrões avaliativos, nortear a formação de professores e possibilitar aos dirigentes e gestores cuidarem da saúde das instituições ao elaborar programas focados na sustentabilidade institucional. Importante salientar ainda a importância de políticas públicas de inclusão. Sim, é preciso olhar para grupos historicamente marginalizados, como comunidades rurais, minorias étnicas e pessoas com necessidades especiais, promovendo a equidade educacional.

    CBESP no debate sobre políticas públicas

    A inovação no campo da educação, a inclusão digital, a promoção de competências socioemocionais, adaptação às tecnologias e as novas formas de trabalho, precisam ser reformuladas. E o último CBESP (Congresso Brasileiro de Educação Superior Particular), que aconteceu em Mogi das Cruzes nos dias 05, 06 e 07 de junho de 2024, trouxe o tema “Políticas Públicas Educacionais: Soluções Criativas e Inovadoras para um novo Brasil”

    Segundo Karina Tomelin, co-founder da B42, as soluções para um novo Brasil, tema do XVI CEBESP, perpassam pela mobilização coletiva e exigem a interconexão das instituições de ensino com o setor produtivo e governos. O futuro, exige que todas as vozes sejam ouvidas, inclusive a dos estudantes. Para que o Ensino Superior se mantenha relevante para os jovens, precisa de mudanças ágeis que garantam o desenvolvimento de competências globais e os apoiem em suas dores urgentes. Alternativas que garantam acesso e permanência a uma formação democrática e de qualidade e ampliem sua visão de mundo para além das fronteiras locais. 

    Vemos que esse processo é extremamente relevante neste momento, quando passamos por mudanças significativas no processo educacional. De tudo que vi e ouvi no CBESP, e trocando ideias com colegas educadores que lá também estavam, trago alguns destaques:

    • conexão entre ensino básico e ensino superior
    • cursos técnicos profissionalizantes
    • empregabilidade

    Conexão entre ensino básico e ensino superior

    Uma fala me chamou particularmente a atenção: “Educação Básica e Educação Superior estão totalmente desintegradas hoje e o mundo nunca foi tão imprevisível . O que estamos fazendo enquanto educadores quando temos o número altíssimo de alunos que evadem, metas desconexas, e uma regulação ultrapassada?”, questionamento levantado por Elizabeth Guedes, Vice-Presidente da ANUP (Associação Nacional das Universidades Particulares).

    Que desafio!

    O Novo Ensino médio , instituído pela Lei nº 13.415/2017, flexibiliza o currículo, combinando com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) obrigatória e itinerários formativos opcionais em áreas como linguagens, matemática, ciências, humanas e formação técnica. Assim, é possível tornar o ensino mais relevante e atrativo, direcionando melhor os alunos para a área profissional escolhida e para o mercado de trabalho. Sugiro essa leitura sobre o Novo Ensino Médio: As propostas do MEC para o Novo Ensino Médio. Entrevista com Ângela Chagas

    Como eu penso esse modelo? Vejo que se houver a integração entre a trilha formativa, área profissional de opção do aluno, com o ensino superior, é possível trabalhar um portfólio do estudante e conectar com o mercado de trabalho. Dessa forma, estamos falando em empregabilidade .

    Onde entra a empregabilidade?

    É preciso regulação, metas, objetivos formativos claros, ou seja, políticas públicas bem definidas. E tudo se conecta, pois quando pensamos numa educação integrada , o foco é um egresso com competências desenvolvidas na sua área possibilitando seu ingresso no mercado de trabalho.

    Entendo que a grande dificuldade está em engajamento . Como engajar o estudante no ensino superior?

    É preciso remodelar, retrabalhar e enxugar matrizes . Menos tempo no ensino superior, entretanto, mais foco no uso de tecnologia, currículos por projetos , aplicação de conceitos na prática e proximidade com os desafios reais no âmbito profissional.

    Assim, as matrizes podem potencializar o conhecimento, trabalhar no desenvolvimento das Habilidades, e olhar para as Atitudes (CHA, do livro: 10 Novas Competências para Ensinar, Phillipe Perrenoud).

    Será que ao trabalharmos dessa forma em um ensino superior já integrado ao ensino médio e ao técnico profissionalizante, precisamos mesmo de matrizes tão conteudistas e com uma carga horária tão extensa? Eu, sinceramente acredito que, hoje já podemos ter melhores resultados com menos carga horária e mais uso de tecnologia e aplicabilidade de conceitos na prática.

    Com isso podemos conectar a extensão curricularizada nesta reflexão. A  Resolução n.07 de 18 de dezembro de 2018 , do Conselho Nacional de Educação (CNE), estabelece as  Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira, que quando bem trabalhada, possibilita um currículo enxuto, com uma carga horária menor, para que os estudantes, possam realmente, aplicar na prática e conectados com projetos e problemas reais, os conceitos estudados.

    A tecnologia como suporte

    Importante ressaltar a importância de utilizar uma ferramenta de suporte para estas atividades, é o caso do GPA (Gestão de Projeto Acadêmico) da Plataforma A. A ferramenta é um ótimo exemplo de como conectar os projetos aos desafios de mercado de trabalho, com mentores dando suporte ao projeto e que registra de forma clara as evidências dessa prática. Ainda gera o portfólio do aluno, do docente e da instituição de ensino.

    Em resumo, estamos falando aqui em integrar o ensino básico com o superior, focar em áreas que conectem diretamente com o mercado de trabalho, ter um currículo mais enxuto, com uso de ferramentas tecnológicas que deem suporte ao processo ensino-aprendizagem e registrem as atividades, gerando o portfólio do aluno. Assim, conectamos com o mercado de trabalho e promovemos empregabilidade .

    Sim, estamos falando em uma aprendizagem com propósito , direcionando o processo formativo a empregabilidade do egresso. Isso é qualidade de vida na educação!

    Nosso desafio, enquanto gestores e educadores? Fazer isso acontecer….

    Por Renata Perrenoud

    Gostou deste conteúdo? Deixe seu comentário abaixo ou compartilhe com seus amigos!

     Categorias

    Ensino Superior

    Ensino Básico

    Gestão Educacional

    Inteligência Artificial

    Metodologias de Ensino

    Colunistas

    Olhar do Especialista

    Eventos

    imagem

    Conteúdo Relacionado

    Share by: