A importância do ESG no ensino superior

Danielly Oliveira • 30 de julho de 2021

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit

Acompanhe

    Procura pelo termo “ESG” no Google quadruplicou no último ano. Qual é o papel do ensino superior no movimento ESG? Crédito: Freepik.

    Se no passado o cuidado com o meio ambiente, as ações de impacto social e a conduta corporativa ética era uma questão de escolha, já não é mais. Hoje, atuar de acordo com padrões de ESG no ensino superior (sigla para E nvironmental, S ocial and corporate G overnance , algo como melhores práticas ambientais, sociais e de governança) é essencial para a boa imagem e competitividade da empresa – independentemente do segmento.  

    Como chegamos até aqui? Um relatório de 2020 da McKinsey & Company dá algumas pistas. O levantamento mostrou que os consumidores estão mais preocupados do que nunca com esse tema. Assim, pressionam as empresas por padrões mais altos de ética social, ambiental e de governança.

    Os investidores, por sua vez, têm dado especial atenção – e recursos – às empresas que atendam a esses padrões. A captação global líquida de fundos ESG foi recorde no primeiro semestre de 2021: de US$ 95 bilhões . A informação está no relatório “ Global ESG Research – What ESG investors buy and sell ”, do Credit Suisse. O valor anualizado (US$ 190 bilhões) seria uma captação líquida 72% maior que a do ano passado (US$ 110 bi).

    Outro dado que demonstra o frenesi em torno do ESG: de acordo com dados da plataforma Google Trends, que mostra o volume de buscas sobre um termo no Google, o interesse pelo ESG atingiu, em 2021, seu nível mais alto em 16 anos , informou o jornal Folha de S. Paulo. A procura foi quatro vezes maior que a média do ano passado e 13 vezes superior à de 2019.

    Onde entra a educação superior?

    Em duas frentes:

    • Primeiro na gestão : é imperativo que as instituições de ensino superior (IES) se adequem ao novo padrão ouro do mundo dos negócios. O movimento já é realidade, sobretudo nos grandes grupos consolidadores.
    • Segundo, o currículo : entre os propósitos de uma IES está preparar o aluno para o mercado de trabalho. Se a sociedade cobra por práticas ESG, natural presumir que as faculdades e universidades ensinem os alunos a adotar boas práticas ambientais, sociais e de governança.

      Janaina Mortari Schiavini. Crédito: Arquivo pessoal

    Por isso o ESG deve ser parte comportamental e natural de uma IES. “Isso pode gerar grande impacto na captação e engajamento dos alunos, especialmente das gerações Y e Z”, afirma Janaina Mortari Schiavini, doutora em administração e co-fundadora do Hub 528Hz.

    Além de ofertar cursos que valorizam essas competências, as IES podem criar linhas de pesquisa alinhadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS), que incentivem a produção científica a partir de problemas que ainda carecem de soluções nas áreas de ESG.

    Em sua tese de doutorado, por exemplo, Schiavini explora as plataformas de consumo colaborativo e economia compartilhada como forma de ajudar a promover ainda mais o objetivo 12 (consumo e produção sustentável). Segundo ela, projetos integradores e de extensão orientados para os ODS também podem potencializar a aprendizagem do aluno, incentivando-o a sustentar e criar novas práticas ESG nas organizações.

    ESG na pandemia: exemplos

    As IES têm um papel social relevante – o que ficou escancarado nos inúmeros esforços no combate à pandemia. “É no âmbito social que as IES têm grande potencial e responsabilidade em continuar consolidando suas práticas de ESG”, diz Schiavini.

    O Centro Universitário ENIAC , de Guarulhos (SP), oferece várias ações nesse sentido – que vão desde suporte psicológico e acolhimento de pessoas com dificuldades emocionais a produção e distribuição de máscaras, equipamentos de proteção individual (EPIs).

    Para amenizar os efeitos negativos do vírus na economia, o ENIAC manteve o Feirão de Empregos e criou o Clube de Compras. Este é um espaço no site da instituição que serviu de marketplace para divulgar produtos e serviços de pais ou alunos durante a crise. Ao todo, 153 empresas foram cadastradas.

    Muitas outras IES realizaram ações positivas nas áreas ambiental, social e de governança durante a pandemia. Sabe aquela faculdade que ofereceu atendimento médico gratuito às pessoas de baixa renda? Ou aquela que ajudou na confecção de álcool em gel e doou aos hospitais? E ainda, aquelas que adotam procedimentos que buscaram melhorar a comunidade onde está inserida? Todas estavam em sintonia com as práticas de ESG.

    Em um evento realizado em maio, a presidente do Conselho de Administração Fundação Tide Setubal e do GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas) afirmou que a pandemia aproximou as instituições de ensino das comunidades onde estão inseridas. “A articulação da escola com a comunidade é fundamental”, disse Neca Setubal. “Ela aconteceu na pandemia e deve continuar.”

    Por Danielly Oliveira

    Gostou deste conteúdo? Compartilhe com seus amigos!

     Categorias

    Ensino Superior

    Ensino Básico

    Gestão Educacional

    Inteligência Artificial

    Metodologias de Ensino

    Colunistas

    Olhar do Especialista

    Eventos

    Conteúdo Relacionado